“Embora as perdas sejam significativamente reduzidas em 2021, a recuperação da indústria será demorada e cheia de desafios”, indica a Associação Internacional de Transportes Aéreos.
O transporte
Após três meses de paragem quase total, as companhias aéreas estão agora a definir as rotas a adotar no período pós-desconfinamento, mas a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) garante que o regresso do setor será desafiante, segundo o “El Economista”. “Embora as perdas sejam significativamente reduzidas em 2021, a recuperação da indústria será demorada e cheia de desafios”, revelou um relatório da IATA que estima que as empresas europeias encerrem o ano com menos 56% dos passageiros. A IATA encontrou os cinco principais entraves ao regresso das viagens que vão desde a falta de confiança dos passageiros aos apoios estatais:
Confiança e procura
Os resultados do segundo relatório realizado pela IATA, nos últimos dois meses, demonstram uma crescente resistência a viagens, sendo que 45% dos inquiridos pretendiam voltar a viajar “alguns meses após” a remissão da pandemia, enquanto 36% assegurou que seriam precisos seis meses para voltar a entrar num avião.
Incerteza
Para operar é importante que as companhias aéreas consigam planear os meses que se seguem, mas os dados da IATA demonstram que as reservas, de longo prazo, para a primeira semana de novembro estão 59% abaixo do normal, mostrando que as pessoas estão a esperar por marcar novas viagens, não permitindo que o período do inverno, por exemplo, seja corretamente planeado.
Dívida
As companhias aéreas começaram 2020 com níveis de dívida relativamente baixos e os apoios fornecidos pelos governos impediram o setor de falir, mas deixaram-no numa posição enfraquecida a médio e longo prazo porque as empresas vão ter de devolver parte do dinheiro emprestado. “O panorama financeiro da indústria mudou muito. O retorno da dívida só prolongará a crise”, afirmou o presidente da IATA, Alexander Juniac.
Aumento de custos
Tendo em conta a redução de viagens e a ausência de lucros, o aumento de custos tornou-se uma das principais ameaças às companhias aéreas. Na Espanha, a Iberia e a Air Europa pediram ao Governo espanhol que estendesse o Expediente de Regulação Temporal do Emprego (lay-off) até dezembro de 2020 ou março de 2021. Atualmente, as empresas têm funcionado com a maioria dos trabalhadores em lay-off o que reduziu significativamente os custos com os funcionários, mas a IATA prevê que esses valores aumentem com a retoma e crescente procura das viagens.
Apoios estatais
Os diferentes apoios dos Governos poderão criar desigualdade entre as companhias aéreas. Luis Gallego, diretor executivo da Iberia e Juan José Hidalgo, dono da Globalia, revelaram, ao “El Economista”, que será muito difícil competir na Europa com menos ajuda e que as companhias aéreas espanholas podem durar “menos do que um noticiário” tendo em conta as injeções na Alemanha, de 9 mil milhões para a Lufthansa ou na França, de 7 mil milhões para a Air France (Jornal Económico, texto da jornalista Bianca Marques)
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