sábado, maio 02, 2020

Sondagem: Maioria (61%) acredita haver empresas que se aproveitam da crise

Depois de um mês em que se sucederam os despedimentos e um recurso massivo ao lay-off, quase dois terços dos portugueses (61%) desconfiam das verdadeiras intenções das empresas. Ao contrário, a atuação dos sindicatos durante esta crise merece avaliação positiva (com um saldo de 28 pontos percentuais), de acordo com os resultados do barómetro da Pitagórica para o JN e a TSF. Os resultados do barómetro são bastante claros: de acordo com 61% dos inquiridos há muitas empresas que estão a aproveitar-se da crise para fechar, despedir ou obrigar os trabalhadores a irem para lay-off (o que implica uma redução parcial dos salários). Talvez por isso, são ainda mais (63%) os que defendem que o Estado devia proibir os despedimentos durante o período de estado de emergência (termina este sábado, seguindo-se o estado de calamidade). Neste mês de abril já são 42% os portugueses que dão conta de um corte no rendimento das suas famílias., enquanto a maioria (56%) ainda não teve qualquer alteração nas contas. Entre os inquiridos, 26% dos agregados viram o ordenado ser reduzido por perda de trabalho / vendas / produção a pelo menos uma pessoa do agregado enquanto outros 21% sofreram perdas devido a lay-off. Os portugueses surgem, no entanto, mais otimistas com a evolução da pandemia: 37% consideram que a situação vai melhorar no próximo mês (subida de 23pp face a março), 32% respondem que vai manter-se (subida de 27pp) e 27% mostram-se mais pessimistas e acreditam que a doença vai piorar (descida de 48pp).

Mais de 80% dos portugueses estão contra as manifestações do 1º de Maio

De acordo com os resultados do barómetro da Pitagórica para o JN e a TSF, 70% dos portugueses valorizam o papel dos sindicatos mas não querem manifestações em tempos de Covid-19. Até junto dos inquiridos que dizem votar nos partidos de esquerda, existe uma “total” discordância com a existência de manifestações no Dia do Trabalhador. Mesmo com cuidados de distância e uso de máscaras e luvas, 82% estão contra: quase metade dos inquiridos (49%) discordam “totalmente”, outros 33% discordam e apenas 12% concordam com manifestações. Nesta sondagem, um quarto dos inquiridos consideram que os sindicatos têm pouca importância, mas 70% valorizam o papel que desempenham. Questionados sobre se os sindicatos têm “muita importância” para a definição das condições de vida dos trabalhadores, apenas 27% respondem afirmativamente. Outros 43% consideram que os sindicatos têm “alguma importância”. Entre aqueles valorizam o papel dos sindicatos estão os mais jovens, as classes economicamente mais favorecidas e o eleitorado de esquerda (ED)

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