Tenho uma dúvida quando se fala da retoma turística: depois de Bruxelas ter cedido às pressões poderosas do lobby organizado da aviação comercial - aprovando restrições apenas para combóios e barcos mas deixando de fora os aviões e minimizando riscos - e de todos os dias apelar à retoma da actividade turística no continente europeu - como se o medo das pessoas se vencesse de um dia para outro e como se decisões como estas não suscitem estranheza e dúvidas - como é que os países receptores de turismo farão o controlo das vagas de turistas provenientes de países europeus que foram dos mais afectados pela pandemia?
No caso da Madeira, é sabido que o Reino Unido e a Alemanha, a par do turismo nacional, são os principais mercados geradores de turistas, a que se juntam países como a Austria, França, Bélgica, países escandinavos (e que dizer da Suécia que desvalorziou a pandemia mas já está a braços com uma crise económica e passou a ser o pais com mais mortos por 100 mil habitantes) queb também sofreram com a pandemia. Se a Ministra da Saúde já disse que recusa testes de despiste e quarentenas obrigatórias à chegada a Portugal, se a Madeira não tem competência para obrigar a quarentenas no caso dos passageiros desembarcados no Funchal, será que o controlo se fará apenas com recurso aos testes de despistagem já anunciados por Eduardo Jesus? Garantem eles a segurança que precisamos, residentes e visitantes? São questões que acredito as pessoas querem ver respondidas porque o que nos faltava era nos confrontarmos com novas vagas, despoletadas por causa destas indefinições europeias. Tenho quase a certeza que um cenário desses será o fim da Madeira, não conseguimos aguentar mais um desconfinamento prolongado e mais uma paragem da economia regional. Seria desastroso, demasiado sequer para pensarmos nisso. Por isso, temos que ter, sempre, as mesmas cautelas e muita informação, para não deitarmos a perder o que conseguimos (LFM)
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