Hoje gostaria de suscitar a reflexão e os comentários das pessoas,
dado que aos poucos o tema tem assumido lugar de relevância na agenda
mediática:
1.
deve ou não
o futebol profissional ao mais alto nível (I Liga) retomar rapidamente a sua
actividade normal até final das provas previstas para esta época,
independentemente das medidas de carácter preventivo e de natureza sanitária
que possam ser suscitadas e vão ser inevitavelmente impostas?
2.
É correcto
afirmar-se que o futebol nacional, no fundo tal como o futebol europeu e
mundial em geral, pelo menos até que
seja descoberta uma vacina que mate este vírus que vai continuar presente nas
nossas vidas, não será mais até então do que foi até hoje?
3.
Faz sentido
- embora se perceba e aceite - o futebol profissional, ao mais alto nível e
financiado com milhares de milhões de euros em toda essa europa, promover jogos
e competições sem espectadores ou com os estádios reduzidos a 20 ou 30% da sua
capacidade? Nessa lógica o que é que os clubes podem oferecer aos seus
associados para além das transmissões televisivas pelas quais recebem milhões
que são esbanjados em compra e venda de jogadores e treinadores? E nem falo na
lógica de um Europeu ou de um Mundial de futebol a realizar-se com as mesmas
limitações e constrangimentos...
4.
Devem ou
não as equipas continentais deslocar-se à Madeira para a realização dos jogos
constantes do seu calendário, submetendo antes a comitiva que se vai deslocar a
testes de despiste ao covid19 para que não se sujeitem às regras preventivas
adoptadas, e bem, pela RAM nos aeroportos (quarentena) que a se manterem, neste
caso, vão inviabilizar tal deslocação?
5.
Deve o
Marítimo, como alguns sustentam e pelos motivos descritos no item anterior,
deslocar-se para a zona centro do país onde os iluminados da Liga pretendem,
alegadamente, realizar o resto das provas - Liga e final da Taça de Portugal -
com o argumento de que assim poupariam despesas aos clubes, nomeadamente
deslocações e porque a região centro comparativamente com o Norte e Lisboa e
Vale do Tejo apresenta menos casos de doentes positivos com covdi19?
6.
sabendo-se
que uma das medidas adoptada é a de obrigar que cada clube deva ter 2
autocarros para deslocar as suas comitivas e construir mais 2 balneários nas
suas instalações desportivas - nos estádios ou pavilhões - esse investimento
deve ser da exclusiva responsabilidade dos clubes de futebol ou ser financiado,
parcial ou integralmente, pela Liga ou pela FPF que ganham milhões à custa do
futebol?
7.
sabendo-se
que a esmagadora maioria dos clubes da II Liga - e nem falo nos clube do
Campeonato de Portugal porque esse são o parente pobre do futebol nacional (FPF) - ou
estão comprovadamente falidos (muitos deles com salários e outras despesas que
já não regularizavam antes da pandemia, pelo que dispensamos a conversa da
treta de responsabilizar o covid19 pelos males do futebol profissional ou
semi-profissional português), ou a caminho disso ou experimentam hoje grandes
constrangimentos financeiros que questionam a sua própria sobrevivência, se
atendermos a que na I Liga mais de 95% cento dos clubes (e estou a ser muito
comedido...) dependem de financiamentos externos (e não de receitas dos jogos,
vendas de produtos promocionais e quotas de associados) estão com as calças na
mão e situação complicada, sobretudo se
faltarem os pagamentos dos grandes financiadores por conta das
transmissões televisivas, qual o futuro
do futebol, profissional português?
8.
é indiscutivel e pacífica a decisão de dar por concluído o campeonato da II Liga e de decidir sobre
promoções e despromoções em função da classificação que se verificava na data
da tomada dessa decisão, multiplicando-se já anuncios de recurso aos tribunais,
também no Campeonato de Portugal, por parte dos clubes pretensamente
prejudicados e que reclamam o dieito de concluírem as suas provas na
expectativa de alterarem as classificações? (LFM)
Sem comentários:
Enviar um comentário