quinta-feira, maio 07, 2020

Défice português dispara para 6,5% e peso da dívida pública para 131,6% este ano, estima Comissão

Bruxelas aponta para uma “deterioração considerável” no saldo das administrações públicas este ano, com o défice a atingir os 6,5% este ano, caindo para 1,8% do PIB em 2021. Portugal será terceiro país da União Europeia com o rácio da dívida pública face ao PIB mais elevado, apenas superado pela Grécia e Itália. Com uma forte recessão global, a pandemia do novo coronavírus irá ter um forte impacto nas contas públicas portuguesas e da generalidade dos países este ano. A Comissão Europeia estima que de um excedente orçamental de 0,2% do PIB este ano, Portugal tenha um défice de 6,5% e veja o rácio da dívida pública face ao PIB a disparar dos atuais 117,7% para 131,6%. “Espera-se que as consequências económicas e sociais da pandemia da epidemia da Covid-19 provoque uma deterioração considerável no saldo das administrações públicas em 2020, refletindo a operações dos estabilizadores automáticos e a necessidades de apoio significativo à política orçamental”, refere Bruxelas, no relatório das projeções económicas de Primavera, publicadas esta quarta-feira.

Realça as medidas de política orçamental adoptadas pelo Governo “para reforçar a capacidade de resposta do sistema de saúde, proteger empregos, dar apoio social e salvaguardar a liquidez das empresas, com um custo orçamental directo global estimado em 2,5%” como tendo impacto na conta das administrações públicas.
A pesar no défice de 6,5% estará, dizem, “aumentos na maioria dos indicadores da despesa (principalmente subsídios e transferências sociais), bem coo reduções na receita atual, reflectindo uma forte contração das bases tributárias relevantes”.
Porém, calculam que caso não hajam alterações de políticas, o défice deverá cair para 1,8% do PIB em 2021, com base numa recuperação económica e na eliminação “gradual” das medidas de política orçamental adoptadas para combater a pandemia.
Bruxelas assinala que os riscos em torno da política orçamental são descendentes e resultam das “incertezas” sobre a curva epidémica do países e à persistência dos impactos económicos e sociais, assim como o aumento do passivo público, assim como o impacto das medidas adicionais de apoio à banca. A trajetória de diminuição do rácio da dívida pública vai ser interrompido devido à pandemia. A Comissão Europeia calcula que dispare para 131,6% do PIB este ano e volte a cair para 124,4% em 2021.
Nas projeções de Bruxelas, Portugal irá ser o terceiro país da União Europeia com o maior peso da dívida face ao PIB, apenas superado pela Grécia ((196,4% este ano; 182,6% em 2021) e por Itália (158,9% este ano; 153,6% em 2021) (Jornal Económico, texto da jornalista Ânia Ataíde)

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