sexta-feira, dezembro 14, 2018

Há sempre um outro circo ali ao lado...

Que fique claro: eu recuso julgar na praça pública seja quem for. Não me reconheço com autoridade para fazer isso seja a quem for, nem sequer essa é prerrogativa que me seja atribuída. Basta que o faça a mim próprio, aos meus actos e aos meus "coices", na certeza de que a minha consciência de tão serena que está que dorme melhor que eu. Mas também acho que as pessoas, no mínimo, esperam e desejam que os outros tenham a inteligência, a coragem, a sabedoria e a dignidade de perceberem o que devem fazer, quando devem fazer e porque devem fazer. Caso contrário que raio de autoridade política, pessoal e moral se lhes reconhece e concede? Nenhuma, zero. Viram meras anormalidades, influenciadas pelo oportunismo e condicionadas pelo instinto da sobrevivência numa selva, cada vez mais selvática, chamada política, carregada de oportunistas, moralistas, puritanistas e "juízes" até de carácter do outro. Regra geral esses já partiram todos os espelhos que tinham em casa! Onde não faltam os saloios e otários que confundem tudo e que ofendem a nossa inteligência, perorando sobre o que o outros fazem ou devem fazer e valorizando ou desvalorizando os factos em função da sua conveniência, quase sempre, como diz o povo, usando três ou quatros pesos e três ou quatro medidas. Falo das chamadas ratazanas do esgoto que só aparecem cá por cima quando procuram o estrume que as alimenta.  Mas que regra geral são barulhentos, demasiado barulhentos, porque acham que isso lhes dá importância e estatuto. Eles sabem que na política, na tal selva cada vez mais selvática, não são mais-valia de coisa nenhuma, ninguém as conhece, não ganham rigorosamente nada, nem sequer propiciam votos ao grupo de que fazem parte. Mas como não têm espelhos em casa, nem consegue ver-se a si próprios, não percebem quem são nem o que valem naquela selva selvática onde se julgam "reis" só porque falam  alto, demasiado alto, para serem levados a sérios e serem respeitados. São os bobos de uma corte que se vai desfazendo, definhando paulatinamente, sem que os responsáveis pela sua continuidade se apercebam disso e façam o que devem fazer. E quando o circo perde a piada, as pessoas fazem outras escolhas, logo ali ao virar da esquina, porque no circo ao lado há palhaços novos e malabaristas mais habilidosos. Fiquem bem (LFM)

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