sábado, dezembro 01, 2018

Funchal: recuar não tem mal. Mau é não reconhecer os erros


Li no DN do Funchal que a CMF recuou no caso do trânsito e dos estacionamentos idiotas na Rua do Bom Jesus. Só me espanta o tempo que a CMF demorou para perceber que aquilo que estava a fazer não ia dar certo e que a barracada era uma questão de dias. Aliás circular hoje no Funchal tornou-se num pesadelo que não é apenas o recuo na Rua do Bom Jesus que resolverá. Há especificidades próprias na cidade do Funchal que enquanto não existirem alternativas sólidas, funcionais e com a comodidade que se exige, dispensam medidas radicais em termos de mobilidade citadina, dado que isso só complica a vida das pessoas, independentemente dos ganhos ambientais que reconhecidamente daí resultam. Mais vale estudar os assuntos com calma e sem fundamentalismos patéticos, que evitem recuos sistemáticos, do que andar a querer ser "mais papista do que o Papa" para depois ter saídas pouco airosas como é o caso.
Eu cada vez mais desconfio que a Rua do Bom Jesus na versão original das obras ali realizadas, não previa novas árvores no troço de estrada cujos passeios foram sujeitos ao alargamento apressado - e com obras infindáveis para colocação de espaços destinados ao plantio de novas árvores. A polémica foi tal que terão recuado e vindo à pressa resolver  o assunto, reintroduzindo árvores que não estavam previstas. É uma desconfiança pessoal legitimada pelas obras ali realizadas e pela trapalhada em que transformaram a Rua do Bom Jesus.
Recomendo vivamente que dispensem por favor projectos de mudança feitos em computador ou em cómodos sofás, porque a realidade lá fora é sempre diferente da que é imaginada em burocráticos gabinetes de iluminados pensadores da corte citadina.
Finalmente uma outra questão. Em política e no exercício de cargos públicos, nunca fica mal reconhecer os erros e agir em conformidade. Pior é quando se procuram justificações patéticas e inconsistentes para evitar esse assumir de decisões erradas. Neste caso da Rua do Bom Jesus - e aqui vamos... - foram tomadas opções erradas provavelmente alicerçadas em cenários pouco credíveis e cujo impacto não terá sido devidamente avaliado. Esperemos que o mesmo não venha a acontecer noutras frentes tornando a cidade do Funchal absolutamente caótica no que ao trânsito diz respeito. Exactamente porque não existem alternativas ao dispor das pessoas (LFM)

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