Li no DN do
Funchal que a CMF recuou no caso do trânsito e dos estacionamentos idiotas na
Rua do Bom Jesus. Só me espanta o tempo que a CMF demorou para perceber que
aquilo que estava a fazer não ia dar certo e que a barracada era uma questão de
dias. Aliás circular hoje no Funchal tornou-se num pesadelo que não é apenas o
recuo na Rua do Bom Jesus que resolverá. Há especificidades próprias na cidade
do Funchal que enquanto não existirem alternativas sólidas, funcionais e com a
comodidade que se exige, dispensam medidas radicais em termos de mobilidade
citadina, dado que isso só complica a vida das pessoas, independentemente dos
ganhos ambientais que reconhecidamente daí resultam. Mais vale estudar os
assuntos com calma e sem fundamentalismos patéticos, que evitem recuos
sistemáticos, do que andar a querer ser "mais papista do que o Papa"
para depois ter saídas pouco airosas como é o caso.
Eu cada vez mais desconfio
que a Rua do Bom Jesus na versão original das obras ali realizadas, não previa
novas árvores no troço de estrada cujos passeios foram sujeitos ao alargamento
apressado - e com obras infindáveis para colocação de espaços destinados ao
plantio de novas árvores. A polémica foi tal que terão recuado e vindo à pressa
resolver o assunto, reintroduzindo
árvores que não estavam previstas. É uma desconfiança pessoal legitimada pelas
obras ali realizadas e pela trapalhada em que transformaram a Rua do Bom Jesus.
Recomendo
vivamente que dispensem por favor projectos de mudança feitos em computador ou
em cómodos sofás, porque a realidade lá fora é sempre diferente da que é
imaginada em burocráticos gabinetes de iluminados pensadores da corte citadina.
Finalmente uma outra questão. Em política e no
exercício de cargos públicos, nunca fica mal reconhecer os erros e agir em
conformidade. Pior é quando se procuram justificações patéticas e
inconsistentes para evitar esse assumir de decisões erradas. Neste caso da Rua
do Bom Jesus - e aqui vamos... - foram tomadas opções erradas provavelmente
alicerçadas em cenários pouco credíveis e cujo impacto não terá sido
devidamente avaliado. Esperemos que o mesmo não venha a acontecer noutras
frentes tornando a cidade do Funchal absolutamente caótica no que ao trânsito
diz respeito. Exactamente porque não existem alternativas ao dispor das
pessoas (LFM)
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