"Há um antes e um depois
na reforma do IRS, dossier votado na especialidade esta noite no Parlamento e
que deverá ser levado a votação final global nesta sexta-feira. Do momento em
que o Governo apresentou as novas regras ao momento em que forçou uma
reviravolta na sua própria reforma, foram dezenas as alterações impostas ao
diploma. Mudaram as regras, mas não a promessa política de que nenhum
contribuinte fica prejudicado em 2015. As simulações de IRS feitas pela
consultora PwC para o PÚBLICO vão nesse sentido. Os cálculos apontam para uma
redução generalizada do imposto em relação a 2014, algo que não estava
assegurado na versão da reforma inicialmente apresentada pelo secretário de
Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, mesmo se a garantia então dada era
já a de que ninguém ficava a perder. Entretanto, já depois de o executivo
decidir criar uma cláusula de salvaguarda que protegia contribuintes em
situações específicas, como a de não terem filhos, de uma subida do IRS, a
reforma conheceu novas mexidas no modelo das deduções à colecta. As propostas
de alteração feitas pelo PSD e o CDS/PP, em articulação com o Governo, tornaram
aquela medida-travão desnecessária – e os partidos da maioria deixaram cair a
norma" (texto do jornalista Pedro Crisóstomo, do Público)