quarta-feira, junho 19, 2013

Opinião pessoal: "DESASTROSO”

O PSD nacional, à medida que vai ficando mais aflito e se sente pressionado pelos factos e pelos acontecimentos reage de uma forma atabalhoada, a reboque de um governo de coligação incompetente que apoia e que vive de trapalhadas sistemáticas, como aconteceu recentemente com a gestão política e comunicacional sobre a greve dos professores - acredito que uma outra gestão pública da situação eventualmente teria obrigado a um acordo e a uma cedência sindical - e com a vergonhosa teorização e encenação patética à volta do pagamento dos subsídios de férias dos pensionistas, reformados e funcionários públicos, numa demonstração de que Marques Mendes tem toda a razão do mundo quando afirmou recentemente que "este governo percebe tanto de política como eu de lagares de azeite".
Desesperado o PSD nacional comete erros, uma sucessão deles, e em vez de conquistar credibilidade junto dos cidadãos e de ganhar espaço de manobra para poder efectuar contra-ataques políticos consistentes e directos contra a oposição, particularmente contra o PS, limita-se a dar tiros-nos-pés, numa estranha autoflagelação politicamente sadomasoquista.
Dois exemplos recentes.
O relatório sobre as PPPs que datam desde os governos de Cavaco Silva mas que s e transformaram num instrumento de ataque contundente a Sócrates, sem dúvida que merecido dadas as suas responsabilidades criminosas nesta situação, mas não o único causador pelos custos elevados da ordem de milhares de milhões de euros que estas negociatas mafiosas custarão a todos nós. Mas afinal quem ganha com as PPPs? Quais são os grupos privados e quais são os bancos, que lucram milhões e enchem a pança à custa de milhares de milhões de euros propiciados por estas negociatas, encapotadas em PPPs desastrosas que prendem o Estado a compromissos financeiros elevados durante 75 anos?!
A clara partidarização do relatório parlamentar sobre as PPPs, acaba por relegar para o lixo os argumentos válidos, dos factos e das incontornáveis verdades que constam do documento que ao revelar-se tão sectário e ao responsabilizar apenas um governo em concreto, perde toda a credibilidade, inclusivamente junto dos cidadãos que olham desconfiados para estes malabarismos. O que é lamentável.
O segundo facto, demonstrativo da forma tonta e atabalhoada como o PSD nacional gere estes acontecimentos e as pressões políticas e sociais, teve a ver com a exigência da JSD - apesar da acuidade dos argumentos dos deputados desta organização - ao solicitar aio governo informações sobre os custos para o erário público com os dirigentes sindicais da área da educação. Ou seja, os deputados da JSD actuaram por mera revanche, contra-atacando de forma desastrosa, transmitindo a ideia de um ajuste de contas, de uma vingança, bem à imagem e semelhança da postura do governo de coligação, mas em vez de conseguirem o efeito pretendido - e que me parece legítimo - enterram-se num pantanal de descrédito e de críticas.
Isto leva-me ao caso das “swaps” - outra negociata desastrosa para o estado e os contribuintes que está a ser analisada numa comissão da Assembleia da Republica, mas quando é sabido que este governo de coligação não tem nada a ver com essa situação - protagonizadas por "yuppies" alaranjados, colocados em empresas públicas falidas, que apesar disso foram promovidos a secretários de estado, alguns deles por lá continuam, outros já demitidos. Mas afinal ninguém sabia destes contractos e das suas consequências e riscos? Ninguém sabia destes riscos potenciais da ordem dos mais de 3 mil milhões, entretanto reduzidos para 1,5 mil milhões de euros, graças ao pagamento acelerado de mais de mil milhões de euros em contractos "swaps" em vias de serem accionados pelas entidades bancárias titulares? Como é que apesar destes prejuízos potencialmente causado por cinzentos e desconhecidos gestores de empresas públicas falidas, eles são entretanto promovidos a membros de um governo de coligação alegadamente sério?
É no plano da lógica e dos factos que o governo de coligação perde argumentos, credibilidade e respeito. E como se não bastassem as trapalhadas e a incompetência do governo de coligação, eis um PSD lamentavelmente arrastado na mesma direcção, cometendo os mesmos erros, ou piores. Demasiado triste num país desesperado habitado por um dos povos mais tristes, frustrados e empobrecidos da Europa.
Depois de mais um episódio patético protagonizado pelo absurdo ministro das finanças que ainda temos - considerado  o pior ministro de Portugal numa sondagem divulgada no último fim-de-semana - que pelos vistos pretende agora ser especialista na meteorologia, responsabilizando até as condições atmosféricas pela crise que viovemos, sem ter a dignidade e a c oragem de asusmir as suas próprias culpas, eis-nos de novo perante mais um episódio absolutamente idiota, protagonizado uma vez mais pelo governo de coligação e que promete dar que falar.
Falo da polémica idiota em torno do pagamento dos subsídios de férias aos funcionários públicos, pensionistas e reformados, pagamentos que a reboque de tretas relativas a pretensos procedimentos orçamentais, esconde um sentimento de ajuste de contas com os funcionários públicos que pretende despedir e, mais do que isso, revela um caracácter vingantivo pela decisão tomada pelo Tribunal Constitucional.
O que o PSD nacional pelos vistos não consegue ver (julgo que o CDS, manhoso como sempre, já começou a entender...), não é capaz de retirar ilações nem percebe que a política é um instrumento multifacetado, foi a notícia também difundida no último fim-de-semana e que recordo:
"No último ano, o PSD perdeu 13,4 pontos percentuais nas intenções de voto. Na confiança para primeiro-ministro, Passos Coelho caiu 13,1 pontos. As medidas de austeridade estão a provocar, em termos eleitorais, um desgaste significativo no PSD e na confiança do seu líder para o cargo de primeiro-ministro. Segundo uma sondagem CM/Aximage, se as eleições fossem hoje, o PS venceria com 35,5% dos votos e o PSD obteria apenas 23,2%. Já na confiança para liderar o Governo, o secretário-geral do PS, António José Seguro, tem grande vantagem sobre Passos Coelho: 42,2% contra 24%. A sondagem foi realizada entre os dias 4 e 7 do corrente mês e reflecte já os efeitos da divulgação das novas regras para a Função Pública (despedimentos e mobilidade especial), do Orçamento Rectificativo, e ainda o anúncio da greve dos professores às avaliações".
Do que é que estão à espera, por exemplo, para pagarem os subsídios de férias em Junho ou, em alternativa, metade em Junho e a outra metade em Julho? Nem isso conseguem fazer? Mas gastam 1.000 milhões de euros para pagarem antecipadamente contractos "swaps" e incluíram, outros 600 milhões de euros na proposta de orçamento rectificativo como medida preventiva, caso seja necessário tapar mais buracos com outros contractos "swaps" ainda em vigor! Que raio de moralidade é esta? Vão mas é a fava, se nos fazem o favor. (JM/LFM)