Constança Cunha e Sá considera que o pedido de Vítor
Gaspar por simpatia por causa dos resultados do Benfica «é surpreendente» e que
o ministro das Finanças «tem motivos muito mais fortes para sofrer nos últimos
tempos». «Não tem razões para nós termos simpatia por ele. Mas razões para
estar preocupado, isso tem», garante a comentadora de política da TVI. Entre
hipotéticos conselhos de assessores para humanizar discursos, a discussões
imaginárias sobre o futuro treinador do Benfica passando por visionamentos
também imaginários de jogos de futebol, Constança Cunha e Sá assume que «a
graça não tem graça e a humanização não funciona» porque «alguém que é
responsável pela maior carga de autoridade que alguma vez houve em Portugal vir
com uma gracinha...» «Alguém leva a sério que o ministro das Finanças esteja a
torcer pelo benfica? Mal seria. Mal seria se nas últimas semanas a grande
preocupação dele fosse o Benfica. Isso não seria aceitável: com milhões no
desemprego, com pessoas a passar fome, o país numa situação dramática...
Presumo que torça pelo Benfica. Os clubes não têm culpa dos adeptos que têm e
os benfiquistas tiveram hoje mais uma má notícia - o ministro das Finanças é do
Benfica -, o que é estranho é que este mesmo ministro n unca teve uma palavra
de compreensão com as dificuldades dos portugueses: isso é que torna esta
expressão muito desagradável», considera. Constança cunha e Sá analisa também
que «não há convergência nenhuma» entre as previsões da OCDE reveladas nesta
quarta-feira e as estimativas do Governo português». A comentadora de política
da TVI afirma que as previsões «da OCDE são catastróficas e as do governo são
irrealistas». A OCDE prevê que que o défice seja, de 6,4% neste ano ¿ número
igula ao do ano anterior -, o que, para Constança Cunha e Sá «mostra o beco sem
saída em que entrou a política económico-financeira do Governo». Constança
Cunha e Sá «aconselharia o ministro Vítor Gaspar a explicar ao seu amigo
Schäuble que esta política que a Alemanha tem defendido em relação à Europa
está profundamente errada». «Um dos problemas é ter uma política de austeridade
aplicada a todos os países ao mesmo tempo», aponta. A comentadora da TVI
realça, entretanto, que «onde a diferença [nas previsões] é extraordinária é na
dívida»: «a previsão do Governo apontava para uma dívida de 120 por cento; a
OCDE aponta para uma dívida de 123». «Isto não (como disse o ministro também)
uma questão de décimas», destaca Constança Cunha e Sá concluindo que «a dívida
está incontrolável» e quer «não há forma de pagar esta dívida». «Como o défice também vai subindo (as contas
orçamentais também não batem certo), a dívida vai aumentando. E não saímos
disto», diz. E acrescenta: «Não vejo como é que há condições para Portugal
poder alguma vez pagar a dívida que tem sem ser através de uma reestruturação,
de um corte, seja do que for... Não há hipótese nenhuma...»» «Eu não estou a
dizer que seja bom ¿ na Grécia não foi bom a reestruturação, mas o problema não
é esse, o problema é que é impossível pagar uma dívida destas», afirma
Constança Cunha e Sá. (vejaaqui o vídeo da TVI)