domingo, junho 02, 2013

Constança Cunha e Sá: «Mal seria se a grande preocupação de Vítor Gaspar fosse o Benfica»...



Constança Cunha e Sá considera que o pedido de Vítor Gaspar por simpatia por causa dos resultados do Benfica «é surpreendente» e que o ministro das Finanças «tem motivos muito mais fortes para sofrer nos últimos tempos». «Não tem razões para nós termos simpatia por ele. Mas razões para estar preocupado, isso tem», garante a comentadora de política da TVI. Entre hipotéticos conselhos de assessores para humanizar discursos, a discussões imaginárias sobre o futuro treinador do Benfica passando por visionamentos também imaginários de jogos de futebol, Constança Cunha e Sá assume que «a graça não tem graça e a humanização não funciona» porque «alguém que é responsável pela maior carga de autoridade que alguma vez houve em Portugal vir com uma gracinha...» «Alguém leva a sério que o ministro das Finanças esteja a torcer pelo benfica? Mal seria. Mal seria se nas últimas semanas a grande preocupação dele fosse o Benfica. Isso não seria aceitável: com milhões no desemprego, com pessoas a passar fome, o país numa situação dramática... Presumo que torça pelo Benfica. Os clubes não têm culpa dos adeptos que têm e os benfiquistas tiveram hoje mais uma má notícia - o ministro das Finanças é do Benfica -, o que é estranho é que este mesmo ministro n unca teve uma palavra de compreensão com as dificuldades dos portugueses: isso é que torna esta expressão muito desagradável», considera. Constança cunha e Sá analisa também que «não há convergência nenhuma» entre as previsões da OCDE reveladas nesta quarta-feira e as estimativas do Governo português». A comentadora de política da TVI afirma que as previsões «da OCDE são catastróficas e as do governo são irrealistas». A OCDE prevê que que o défice seja, de 6,4% neste ano ¿ número igula ao do ano anterior -, o que, para Constança Cunha e Sá «mostra o beco sem saída em que entrou a política económico-financeira do Governo». Constança Cunha e Sá «aconselharia o ministro Vítor Gaspar a explicar ao seu amigo Schäuble que esta política que a Alemanha tem defendido em relação à Europa está profundamente errada». «Um dos problemas é ter uma política de austeridade aplicada a todos os países ao mesmo tempo», aponta. A comentadora da TVI realça, entretanto, que «onde a diferença [nas previsões] é extraordinária é na dívida»: «a previsão do Governo apontava para uma dívida de 120 por cento; a OCDE aponta para uma dívida de 123». «Isto não (como disse o ministro também) uma questão de décimas», destaca Constança Cunha e Sá concluindo que «a dívida está incontrolável» e quer «não há forma de pagar esta dívida».  «Como o défice também vai subindo (as contas orçamentais também não batem certo), a dívida vai aumentando. E não saímos disto», diz. E acrescenta: «Não vejo como é que há condições para Portugal poder alguma vez pagar a dívida que tem sem ser através de uma reestruturação, de um corte, seja do que for... Não há hipótese nenhuma...»» «Eu não estou a dizer que seja bom ¿ na Grécia não foi bom a reestruturação, mas o problema não é esse, o problema é que é impossível pagar uma dívida destas», afirma Constança Cunha e Sá. (vejaaqui o vídeo da TVI)