Li aqui que “o diretor do Observatório Contra a Pobreza na cidade de Lisboa considerou como motivo de “alarme” o aumento dos beneficiários do rendimento social (RSI) de inserção na capital, que em 2011 foi cinco vezes superior ao do país. Numa apresentação num seminário internacional sobre pobreza, em Lisboa, Sérgio Alves indicou que durante o ano passado o número de beneficiários do RSI no concelho aumentou 1,5%, contra 0,3% no distrito e em Portugal. O valor médio que cada beneficiário recebe no concelho é inferior a 100 euros, valor superior à média do distrito (92,80 euros) e de Portugal (88,88 euros). No país, o número de famílias de apenas uma pessoa e monoparentais diminuiu nos registos do RSI, mas em Lisboa as famílias de um membro têm uma diminuição menor e as monoparentais registaram um aumento de quase 1%, refere o relatório. No documento hoje apresentado, o Observatório privilegiou o tema da habitação e concluiu que os proprietários de casas não têm rendimentos elevados e que a ideia de congelamento total das rendas deve ser contrariada. “Em 2011, 36% das rendas em Lisboa estavam abaixo de 100 euros, enquanto em 2001 estas correspondiam a 71%”, relatou o diretor, com base em dados dos Censos. O Observatório concluiu ainda que, dos 55 mil edifícios da capital, 13% estavam no ano passado em ruína e 9% devolutos. Destes, 67% eram de privados. Outro sinal de alarme que “deve fazer tocar campainhas”, segundo Sérgio Alves, é a descida de 26% na atribuição de casas de habitação social entre 2001 e 2011 em Lisboa, bem como os relatos de alugueres de quartos em casas sobrelotadas. “São quase buracos que custam 200, 300 euros às pessoas que deixaram de poder pagar a habitação”, afirmou. Ouvindo os envolvidos no setor da habitação, o Observatório recolheu algumas propostas como a criação de cooperativas para recuperação de casas, a mediação entre senhorios e inquilinos pelas juntas de freguesia e o seguimento de uma medida prevista no Plano de Emergência Social – influenciar a banca para o arrendamento a preço controlado das casas penhoradas. Para este ano, o Observatório irá incidir os estudos na ‘nova pobreza’ e “indicadores de alerta”.
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