quarta-feira, fevereiro 15, 2012

2,24 mil milhões saem de offshores

Diz o Correio da Manhã num texto do jornalista António Sérgio Azenha que “os portugueses retiraram das offshores, em 2011, mais de 2,24 mil milhões de euros líquidos. Como Portugal foi salvo da bancarrota pela ajuda financeira externa em Maio do ano passado, tudo indica que a crise económico-financeira não só terá obrigado as famílias a recorrerem às poupanças, como os próprios bancos estarão a recorrer a esses capitais como fonte de financiamento. Por dia, regressam a Portugal mais de 6,2 milhões de euros. Os dados do Banco de Portugal deixam claro que, à excepção do Verão de 2011, regressaram sempre mais capitais a Portugal do que saíram para offshores. De Junho a Agosto, a fuga de capitais para os paraísos fiscais atingiu um saldo total negativo, mas de Janeiro a Novembro, reentraram em Portugal mais de 2,24 mil milhões de euros.Para esta realidade, terão contribuído as atractivas taxas de juro nos depósitos a prazo e o aumento das necessidades de capital causadas pela crise. João Duque, presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), diz ainda que "os próprios intermediários financeiros [bancos] estão a trazer o capital para financiar a economia, porque não há liquidez." E João Cantiga Esteves, também do ISEG, dá outro motivo: "A incerteza nos mercados financeiros criou algum ambiente de conforto em ter as poupanças perto de casa, porque conhecem-se os bancos."
DEPÓSITOS BATEM RECORDE
Os depósitos nos bancos em Portugal atingiram, no final de 2011, um novo recorde: em 31 de Dezembro estavam depositados na Banca mais de 130,5 mil milhões de euros, um aumento de quase 10% face a igual período do ano anterior. O último Boletim Estatístico revela que o montante total dos depósitos nos bancos não tem parado de crescer desde Setembro de 2010, quando atingiu o valor de 116,8 mil milhões de euros. Com os bancos a pagarem taxas de juro superiores a 4% nos depósitos a prazo, não admira que os portugueses estejam a aplicar as suas poupanças nesse produto financeiro. Em 2010, os depósitos nos bancos registaram um crescimento muito inferior a 2011, quando atingiu cerca de 2 por cento”.

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