quarta-feira, maio 04, 2011

135 médicos foram para o interior do País atrás de melhores salários

Escreve a jornalista do Económico, Catarina Duarte que “são 135 os médicos que aceitaram trabalhar em hospitais ou serviços com falta de especialistas, nomeadamente nas zonas do interior, durante os anos de internato médico, a formação da especialidade que se segue à faculdade. Como recompensa recebem uma bolsa mensal de 750 euros a somar ao ordenado. Das 119 vagas abertas em 2011 ao abrigo deste regime - as chamadas vagas preferenciais - foram preenchidas 114. A juntar a estas, foram ainda abertas outras 23 vagas preferenciais para médicos que desejavam mudar de especialidade, reingressar no internato médico ou que já sendo especialistas, queriam mudar de especialidade, e destas 21 foram preenchidas, de acordo com dados do Ministério da Saúde solicitados pelo Diário Económico. A ministra Ana Jorge anunciou em 2010 a criação de um incentivo para fixar médicos no interior. O objectivo é combater a "carência de médicos, nomeadamente em algumas zonas do interior do País", explicou a ministra da Saúde. Além de aceitaram trabalhar longe dos grandes centros urbanos, estes médicos comprometem-se a ficar nos hospitais e centros de saúde que se ressentem da falta de profissionais pelo mesmo tempo que dura a formação (entre cinco e sete anos, consoante a especialidade médica). Caso contrário, têm de devolver o dinheiro. Apesar do sucesso da medida (das 142 vagas abertas, 135 foram preenchidas), surgiram dúvidas sobre quem suportaria a bolsa mensal de 750 euros, obrigando a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) a clarificar que o pagamento do incentivo ficará a cargo do respectivo hospital ou serviço onde o médico está colocado. A região do Algarve tem neste momento 31 médicos a ocupar vagas preferências, 11 deles são médicos de família. A bolsa é paga pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve e já estava prevista no orçamento deste ano. Uma factura que compensa, uma vez que o Algarve "é uma região com grande falta de recursos humanos e essa é uma forma de incentivar os internos a optar por esta região", disse ao Diário Económico Rui Lourenço, presidente da ARS Algarve. Os Açores foram a região eleita pelo maior número de médicos, um total de 41. A especialidade de Medicina Geral e Familiar foi a que recebeu mais internos (25) confirmando assim a falta de médicos de família no país”.

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