domingo, maio 17, 2009

Madeira: TAP subestimou as low cost

Com este título publicou o Publico um texto de análise à entrada das low-cost na linha da Madeira e que pode ser aqui neste site: "O que ocorreu com a Alitalia é a imagem do que poderá vir a acontecer na resto da UE, pois é muito provável que o mercado seja dominado pelas ‘Low Cost’ e o que está a verificar-se na rota Lisboa-Funchal é um exemplo real de como a TAP não pode competir com o modelo de gestão das companhias de baixo custo. Foi anunciado, pela agência noticiosa Lusa, um primeiro balanço da actividade da Easyjet, desde que esta empresa de aviação de baixo custo iniciou o seu serviço na rota Lisboa-Funchal, em 27 de Outubro de 2008, com dois voos diários. Passados seis meses, o número de passageiros transportados pela Easyjet, atingiu quase 100 mil passageiros, cerca de 16,6 mil por mês, com uma taxa de ocupação de 93%. Convém recordar que a rota Lisboa-Funchal era explorada exclusivamente pela TAP e SATA, tendo estas empresas transportado, no ano anterior, cerca de 800 mil passageiros, sendo a TAP responsável por 500 mil. A TAP e a SATA devem ter os valores exactos das perdas de receitas e passageiros, devido à nova concorrência, na rota Lisboa-Funchal; contudo, através dos valores de tráfego publicados pela ANA Aeroportos, é possível ter uma ideia aproximada do que terá ocorrido. No mês de Março de 2009, foram transportados, na rota Lisboa-Funchal, 64 mil passageiros e a variação, relativamente a 2008, foi de –0,6%, ou seja, o tráfego é muito semelhante ao do ano anterior. Significa isto, que houve uma apreciável transferência de passageiros da TAP e da SATA para a Easyjet, uma vez que esta empresa transporta, por mês, uma média de 16,6 mil passageiros, com uma taxa de ocupação de 93%. Teoricamente, 26% do mercado terá sido transferido para a nova concorrência mas mais importante ainda, foi a apreciável quebra nos preços dos bilhetes. Antes da liberalização, uma viagem Funchal-Lisboa-Funchal, para residentes na Madeira, custava 222,63 Euros e para não residentes 431,63 Euros. A Easyjet, quando entrou neste mercado, ofereceu o mesmo serviço a partir de 52 Euros ida e volta. Caso seja feita a média ponderada, relativamente aos preços dos bilhetes para residente e não residente, no ano anterior e multiplicado pelo tráfego obtido pela TAP - em 2008 - que foi de 500 mil e comparando com os respectivos valores de tráfego e custo dos bilhetes, desde que a nova concorrência existe, facilmente se conclui que a transportadora nacional irá perder várias dezenas de milhões de Euros, em receitas, só na rota Lisboa-Funchal. Muitas pessoas julgam que estas empresas são uma moda passageira e que irão desaparecer brevemente. Tal ideia não corresponde à verdade porque este novo negócio está a ser rentável para as firmas mais dinâmicas e bem geridas. O modelo de gestão adoptado pelas empresas de baixo custo é muito mais eficiente que o das companhias de voos regulares. Um dos factores que contribui para uma maior competitividade reside no facto das ‘Low Cost’ utilizarem novos aviões e muito menos pessoal. Nos próximos anos, é provável que os novos aparelhos reduzam o consumo em 40%, o que será um factor determinante para uma empresa ser competitiva. Actualmente, já foram encomendados centenas de novos aviões pelas companhias de ‘Low Cost’ aos dois maiores construtores: Airbus e Boeing. À medida que o preço do petróleo aumenta, as empresas de voos regulares mais dificuldade irão enfrentar relativamente às ‘Low Cost’. No final de 2008, estas empresas já eram responsáveis por 31,4% do mercado nacional". Recomendo que leia este texto

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