A Área Metropolitana
de Lisboa está muito à frente do Norte, a segunda região portuguesa mais bem
classificada pelo índice de competitividade regional da Comissão Europeia. Em
regra, as regiões das capitais europeias são as mais competitivas, mas
Alemanha, Itália e Países Baixos destoam da regra
A Comissão Europeia publicou esta terça-feira o Índice de Competitividade Regional – ICR 2.0, uma versão totalmente revista do instrumento que visa medir as diferentes dimensões de competitividade em todas as regiões da União Europeia. Entre as 234 regiões analisadas com 68 indicadores anteriores à guerra na Ucrânia, as mais competitivas são Utrecht e Zuid-Holland, nos Países Baixos, e a região da capital francesa de Île-de-France. No final da tabela, estão, sobretudo, regiões romenas e búlgaras. Quanto às sete regiões portuguesas, a Área Metropolitana de Lisboa surge na 67.ª posição. Segue-se o Norte (133.ª), o Centro (146.ª), o Algarve (174.ª), o Alentejo e a Madeira (ambos em 181.º) e os Açores (208.º em 234).
O ICR 2.0 permite
comparar as regiões europeias em diferentes pilares da competitividade:
instituições, estabilidade macroeconómica, infraestruturas, saúde, ensino
básico, ensino superior e formação e aprendizagem ao longo da vida, eficiência
do mercado de trabalho, dimensão do mercado, prontidão tecnológica,
sofisticação empresarial e inovação.
“A competitividade
territorial é a capacidade de uma região para oferecer um ambiente atrativo e
sustentável às empresas e aos residentes para aí viverem e trabalharem. Este
índice revisto dá-nos uma visão mais aprofundada dos diferentes níveis de
competitividade nas regiões da UE e é um instrumento precioso para uma melhor
elaboração de políticas”, diz Elisa Ferreira, comissária da Coesão e Reformas
na nota enviada pela Comissão Europeia.
Bruxelas nota que
nas regiões mais competitivas o PIB per capita é mais elevado. Nestas regiões,
as mulheres têm melhores condições de enquadramento, pelo que podem alcançar
melhores resultados e menos mulheres jovens não trabalham, não estudam nem seguem
qualquer formação. Por último, as regiões mais competitivas são particularmente
atrativas para os recém-diplomados, uma vez que é mais fácil encontrar emprego
nessas regiões.
Os valores mais baixos deste índice de competitividade regional concentram-se nas regiões menos desenvolvidas dos Estados-Membros orientais da UE. Entre as edições de 2019 e 2022, a maioria das regiões orientais da UE continuou a recuperar o atraso, nomeadamente nos Estados bálticos, na Croácia, na Hungria, na Polónia e na Eslovénia. No entanto, algumas partes da Chéquia, da Roménia, da Eslováquia e da Bulgária ficaram mais longe da média da UE. No sul da UE, as regiões de Portugal, Espanha e a maior parte da Grécia melhoraram o seu desempenho, mas a maioria das regiões de Itália e Chipre afastou-se da média da UE.
CAPITAIS NEM
SEMPRE TOMAM A DIANTEIRA
As regiões das capitais são as mais competitivas em todos os Estados-Membros, exceto na Alemanha, Itália e Países Baixos. O fosso em relação às outras regiões pode ser grande e é particularmente elevado em França, na Roménia e na Eslováquia. Os países mais competitivos tendem a ter um menor fosso entre a sua região da capital e as restantes regiões, o que sublinha que as políticas e os investimentos públicos devem promover uma convergência ascendente, que ajude as regiões menos competitivas a melhorar o seu desempenho e recuperar o atraso, assegurando simultaneamente que as regiões mais competitivas continuam a prosperar. Segundo a Comissão Europeia, os resultados do ICR 2.0 mostram como as regiões da UE ainda necessitam dos fundos da política de coesão para melhorar a sua competitividade e reduzir as disparidades entre si (Expresso, texto dos jornalistas João Carlos Santos e Joana Nunes Mateus)
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