segunda-feira, abril 24, 2023

Chega pode subir “até aos 20, 30%” mas politólogo de Harvard avisa que coligação “é um jogo muito perigoso” para o PSD

De acordo com as últimas sondagens da Aximage para o Diário de Notícias, o PSD já ultrapassou o PS nas intenções de voto, mas precisaria sempre do chega para formar Governo. Um dos politólogos mais reconhecidos do mundo, Daniel Ziblatt, professor da Universidade de Harvard e autor do livro ‘Como Morrem as Democracias’, avisa que esse será “um jogo muito perigoso” para os sociais-democratas. O especialista assinala, em entrevista à RTP que em Portugal, a revolução de 25 de Abril de 1974 marcou a história da democracia na Europa porque “originou o que se chama a terceira vaga da democracia” Uma democracia que, aos 50 anos, é jovem, mas vista como exemplo de estabilidade. “É um modelo de estabilidade na Europa. Quando me perguntam onde é que a democracia tem sido estável nos últimos 10, 50 anos, Portugal tem sido uma ‘ilha’ de estabilidade para a democracia”, considera Ziblatt. Sobre o chega e outros partidos de protesto, diz o especialista, que tem estudado os sistemas políticos de toda a europa, que o que se verifica é que acaba por correr mal ao partido maior.

“O que temos visto ao longo da história é que isto é um jogo muito perigoso, porque muitas vezes o partido maior o partido maior pensa que controla a situação, mas é quase como uma arrogância, na qual acabam por perder muito rapidamente o controlo quando se alinham com partidos, sobretudo quando esses partidos são antidemocráticos. Porque claramente os partidos antidemocráticos podem ser muito perigosos”, avisa Daniel Ziblatt. Os partidos de protesto, como o Chega, calcula o politólogo, perante o observado noutros países “podem subir até aos 20 ou 30%”, mas alerta que a coligação com partidos do sistema é sempre mais favorável ao lado dos contestatários (Executive Digest, texto do jornalista Pedro Zagacho Goncalves)

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