sábado, abril 08, 2023

"Algo vai explodir". Diretora do FMI diz que "é simplesmente impossível" que as taxas de juro subam tanto sem causar fragilidades

O Fundo Monetário Internacional prevê que o crescimento global se mantenha em cerca de 3% nos próximos cinco anos, a mais baixa previsão a médio prazo desde 1990. A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional manifestou preocupação com as crescentes vulnerabilidades da economia global devido aos esforços dos bancos centrais para combater as elevadas taxas de inflação. Antes dos encontros anuais de primavera do FMI e do Banco Mundial, Kristalina Georgieva alertou que uma "economia global frágil vai conduzir a um crescimento mais lento e a uma maior fragilidade financeira". "É simplesmente impossível que as taxas de juro subam tanto depois de terem sido tão baixas durante tanto tempo e isso não causar vulnerabilidades. Algo vai explodir", disse Kristalina Georgieva ao jornal POLITICO.

Georgieva salientou que uma repetição da crise financeira global de 2008 é improvável, apesar dos problemas no setor bancário que têm surgido nos Estados Unidos e na Suíça. Em 2008, a crise foi causada por demasiadas instituições financeiras que tinham ativos altamente sobrevalorizados. Georgieva destacou que tal não é o caso de momento e que o sistema financeiro, tanto bancário como não-bancário, é muito mais “limpo”. Na entrevista, Georgieva salientou também o potencial impacto económico negativo do mundo se dividir em diferentes campos geopolíticos devido a fricções causadas pela guerra da Rússia na Ucrânia. Reconheceu também a importância de defender os valores ocidentais, advertindo “quanto pior as relações fiquem, mais pesado será o efeito para o crescimento económico global". "O FMI estima a perda potencial do comércio entre 200 mil milhões  e 7 biliões de euros, o que equivale a cerca de 0,2% a 7% do produto interno bruto global." O Fundo Monetário Internacional prevê ainda que o crescimento global se mantenha em cerca de 3% nos próximos cinco anos, a mais baixa previsão a médio prazo desde 1990 (CNN-Portugal)

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