Gostaria de
referir, como nota prévia, que não tenho interesse nenhum em arrastar qualquer
polémica em torno do "caso" envolvendo a alegada
"ostracização" de Pedro Calado e o Chão da Lagoa. Mas há umas pontas
soltas sobre as quais gostaria de emitir opinião, que será sempre pessoal, não
vinculando ninguém. Mas desisto. Não há pachorra. A este propósito gostaria de
recomendar que certos esquemas anónimos, montados desde 2015, que actuam pela
calada, nos esgotos mais nojentos da política e da bandalhice, fossem capazes
de perceber os riscos e os perigos que essa pouca-vergonha pode causar, não às
pessoas enxovalhadas e insultadas por eles, mas ao partido que sabe o que se
passa e vira a cara o para o lado.
A política não pode ficar refém de uma mão vazia de frustrações e de frustrados que montam task-forces que não passam de fábricas do insulto incluindo, por que actuam sob a libertinagem do anonimato cobarde, contra protagonistas do próprio partido e as quais dizem defender! Falo de grupelhos organizados, criados para vigiar e navegar nas redes sociais, enxovalhando pessoas, atacando insultuosamente e colocando em causa a honorabilidade de muita gente. Tudo feito de forma anónima, assente em perfis falsos, que têm não só apenas protagonistas do PSD-M como alvos dos ataques, mas que por ocuparem certas funções públicas de destaque, podem ser vistos como potenciais obstáculos a certas estratégias de grupos que aguardam à boa maneira "trumpista" o momento para a investida condenada ao fracasso, aguardam o tal clique. Só que se esquecem da legitimidade do voto e neste palco eles sabem que não conseguem nada, porque valem zero.
E nesta campanha
não poupam despudoradamente pessoas, incluindo empresários, que repetidamente
são enxovalhados por um bando de crápulas que nem conhecem as pessoas que
atacam, mas que ofendem como, quando e pelos motivos que querem, ficando apenas
a certeza, deles, de que no seu mundo de mer** presumo que se sintam
realizados, agindo organizadamente deste modo. Ao menos recomendo cautela nos
locais de reunião, onde escolhem os alvos e adaptam a cartilha da lenga-lenga a
usar nos ataques pessoais feitos pela surdina, sob a capa do anonimato cobarde
que caracteriza os bandalhos. Mesmo que este fenómeno não seja nem um exclusivo
do PSD-M ou mesmo um fenómeno limitado aos partidos políticos. Que o digam, por
exemplo, Cafofo, Barreto ou mesmo o novo líder do PSD local. Mas há sempre quem
consiga passar por entre os pingos da chuva…
Temo, por tudo
isso, que comece a ser evidente - oxalá esteja enganado - a existência de
uma certa confusão no PSD-Madeira. Depois da "ladrada" feita à volta
do pretenso saneamento de Calado do lote de oradores do Chão da Lagoa, e que eu
sempre achei que não tinha sido mais do que um mero lapso (até por que recuso
acreditar outras motivações, por que isso seria mau demais...) eis que em vez
de termos a confirmação de um discurso adequado ao momento de uma festa popular
que tem uma parte político-partidária, que não atrai a atenção a todos os que
sobem à serra, constata-se um recuo provavelmente deixando no ar até a dúvida
sobre se aquele não é afinal um palco onde Calado se sinta à-vontade. O autarca
do Funchal os olhos das bases do PSD-M e da opinião pública em geral, pode sair
fragilizado e obriga a que as pessoas questionem as razões de certas reacções.
Tudo para este desfecho? Ou a recusa de não falar na festa é uma resposta a
alguém, independentemente de eu concordar que os discursos devem ser
reduzidos, até por que a festa do PSD-Madeira, com o tempo, tornou-se demasiado
maçadora, graças a intervenções banais, sem impacto e que não propiciavam
as mais-valias ou os ganhos mediáticos que eventualmente existiram no
passado? Ou estamos apenas perante desfechos previsíveis de guerras
político-pessoais absurdas, que emergiram entre 2017 e 2021, quando é sabido
que nesse período havia uma espécie de guerra surda de bastidores entre dois ou
três galos que ambicionavam a candidatura no Funchal em 2021? Se assim foi, o
autarca do Funchal poderá ter cometido um erro político dispensável, já que
depois de tudo o que aconteceu, tinha de proferir no Chão da Lagoa um discurso
que convencesse as bases social-democratas que lá estarão. O silêncio não ajuda
em nada Calado. Mesmo que eu entenda e admita que o autarca funchalense queira
dar uma "chapada" em quem - deliberadamente (?) - o colocou fora dos
oradores previsíveis para a festa serrana. Pelo menos dos cartazes...
Ou seja, eu não
duvido que Pedro Calado devia intervir no Chão da Lagoa, por achar que é o único
desfecho admissível, depois da polémica, podendo depois o PSD-M, e nos locais
próprios, alterar o guião da festa e reduzir as intervenções - decisão que eu subscrevo
- embora isso possa ferir certas susceptibilidades e ambições pessoais de quem
acha, mal, que o Chão da Lagoa lhes dá uma importância que realmente não
têm (LFM)
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