“Haverá aqueles que implementarão políticas para se tornarem autossuficientes a longo prazo. E outros estabelecerão alianças comerciais pouco ortodoxas com parceiros improváveis”, sublinha. O verdadeiro problema, adianta o ‘ABC’, não é a escassez de grãos, mas de fertilizantes para os produzir, porque a Rússia controla grande parte do fornecimento de fertilizantes minerais. “É um problema geopolítico”, afirma José María García, investigador da Universidade Politécnica de Valência (UVP). A sua importância é evidenciada nas palavras do investigador canadiano Vaclav Smil: “Dois quintos da humanidade estão vivos graças aos fertilizantes químicos, que fizeram triplicar a produção mundial de grãos, traduzindo-se no maior crescimento populacional humano que o planeta já viu.” Agora, o mercado está a sofrer com as sanções ocidentais e as restrições de exportação russas.
Em 2021, Moscovo tornou-se o principal exportador mundial de fertilizantes de nitrogénio e o segundo maior fornecedor de fertilizantes de potássio e fósforo, segundo a FAO. E até agora este ano, os preços dos fertilizantes aumentaram 40%, refere o jornal espanhol. O problema é que esse aumento soma-se a um outro de 100% em 2021 e ao encerramento do mercado bielorrusso, que exporta 40% do potássio. Os EUA e os bancos mundiais reagiram para evitar os distúrbios alimentares de 2008. Enquanto isso, o esforço dos agricultores para encontrar soluções provocou uma corrida pelo estrume. Há também uma indústria que está a produzir novos produtos de fertilização, economia mais natural ou circular que não deixa resíduos, e a Europa Ocidental e os Estados Unidos estão a avançar nesse campo. A questão contém, por isso, “uma bomba-relógio prestes a explodir” (Multinews, texto da jornalista Simone Silva)
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