quinta-feira, junho 16, 2022

Nota: uma guerra que tem que acabar e valorizar a via diplomática urgentemente

Acho lamentável e errado que o ocidente, com elevados custos para os cidadãos e para a economia, continue a achar que a Ucrânia vai ganhar esta guerra contra a Rússia. Não podemos ser emotivamente fracos e irracionais, não podemos ser adeptos do politicamente correcto ou deixar-nos enganar pela propaganda militarista de Kiev e de Moscovo, que esconde a verdade e distorce a realidade. A solução não é armar a Ucrânia sem que se saiba a que mãos vão essas armas ocidentais bater quando a guerra acabar. A Ucrânia foi e continua a ser um país de corruptos e de traidores, como todos constatamos pela eficácia destruidora dos ataques russos contra locais que só são identificados e visados por que foram dadas informações seguras no terreno pelos bufos pró-russos. Sem neutralizar essa rede de vendidos, leia-se de ucranianos que apoiam Moscovo, a Ucrânia vai ficar cada vez mais fragilizada, depois do erro que cometeu quando forçou a rendição em Azvostal sem ter condições seguras para o fazer. Sem o recurso à via negocial vamos continuar a ter mortos e destruição, vamos continuar a ter um invasor que não abandona da Ucrânia - tal como já o fez depois da Crimeia e depois de se apoderar de algumas regiões do Donbass desde 2014 sem que Kiev tenha tido capacidade de reacção. Se a Ucrânia fosse membro da NATO - não é nem nunca poderia ter sido, já que Moscovo nunca aceitaria isso sem reagir - a realidade seria outra e a liberdade dos países ocidentais para apoiarem militarmente Kiev com armas de última geração seria outra. Diria que se a Ucrânia fosse membro da NATO a invasão nunca ocorreria, salvo se a ideia do louco e bandalho do Putin fosse acabar com esta mer** toda e usar armas nucleares de destruição massiva.

Mas por não acreditar, e muito bem, na sinceridade dos ucranianos no poder, os países ocidentais, com os EUA à cabeça, recusam ceder armas mais potentes, mais destruidoras e de maior alcance por que temem as consequências de uma agressão da Ucrânia à Rússia e neste quadro de conflito e de crise económica e social, qual seria a reação de Moscovo em resposta a esses ataques e quais os efeitos de tudo isso na opinião pública europeia onde os níveis de apoio a Ucrânia continuam elevados, como seria de esperar, em contraste com a queda registadas nos níveis de apoio à continuidade da guerra. Por isso espero que Macron, Draghi e Scholtz, que hoje se encontram em Kiev, façam negociações a sério, que tenham coragem de dizer a verdade a Kiev, em vez de andarem a perder tempo com visitas montadas pela propaganda para mostrar os efeitos da guerra que todos sabemos serem sanguinários, desumanos, destruidores, desregulados, e nalguns casos criminosos. Não há anjos e demónios numa guerra, esqueçam isso. Qual a guerra que não deixa esse legado? A Ucrânia não é caso único. O que fizeram os europeus e ocidentais quando os russos se envolveram na guerra da Síria, e por lá andaram anos, destruindo cidades inteiras, pilhando, violando, executando civis, tudo isto às ordens do ditador sanguinário de Damasco? Nada. A hipocrisia também tem destas coisas.

Não façam da Ucrânia nem um imenso palco para negociatas de armas ou mesmo para experimentação de novas armas. (LFM)

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