Acho
lamentável e errado que o ocidente, com elevados custos para os cidadãos e para
a economia, continue a achar que a Ucrânia vai ganhar esta guerra contra a
Rússia. Não podemos ser emotivamente fracos e irracionais, não podemos ser adeptos
do politicamente correcto ou deixar-nos enganar pela propaganda militarista de
Kiev e de Moscovo, que esconde a verdade e distorce a realidade. A solução não
é armar a Ucrânia sem que se saiba a que mãos vão essas armas ocidentais bater
quando a guerra acabar. A Ucrânia foi e continua a ser um país de corruptos e
de traidores, como todos constatamos pela eficácia destruidora dos ataques
russos contra locais que só são identificados e visados por que foram
dadas informações seguras no terreno pelos bufos pró-russos. Sem neutralizar essa
rede de vendidos, leia-se de ucranianos que apoiam Moscovo, a Ucrânia vai ficar
cada vez mais fragilizada, depois do erro que cometeu quando forçou a rendição
em Azvostal sem ter condições seguras para o fazer. Sem o recurso à via negocial
vamos continuar a ter mortos e destruição, vamos continuar a ter um invasor que
não abandona da Ucrânia - tal como já o fez depois da Crimeia e depois de se
apoderar de algumas regiões do Donbass desde 2014 sem que Kiev tenha tido
capacidade de reacção. Se a Ucrânia fosse membro da NATO - não é nem nunca
poderia ter sido, já que Moscovo nunca aceitaria isso sem reagir - a realidade
seria outra e a liberdade dos países ocidentais para apoiarem militarmente Kiev
com armas de última geração seria outra. Diria que se a Ucrânia fosse membro da
NATO a invasão nunca ocorreria, salvo se a ideia do louco e bandalho do Putin
fosse acabar com esta mer** toda e usar armas nucleares de destruição massiva.
Mas
por não acreditar, e muito bem, na sinceridade dos ucranianos no poder, os
países ocidentais, com os EUA à cabeça, recusam ceder armas mais potentes, mais
destruidoras e de maior alcance por que temem as consequências de uma agressão
da Ucrânia à Rússia e neste quadro de conflito e de crise económica e social, qual
seria a reação de Moscovo em resposta a esses ataques e quais os efeitos de
tudo isso na opinião pública europeia onde os níveis de apoio a Ucrânia
continuam elevados, como seria de esperar, em contraste com a queda registadas
nos níveis de apoio à continuidade da guerra. Por isso espero que Macron,
Draghi e Scholtz, que hoje se encontram em Kiev, façam negociações a sério, que
tenham coragem de dizer a verdade a Kiev, em vez de andarem a perder tempo com
visitas montadas pela propaganda para mostrar os efeitos da guerra que
todos sabemos serem sanguinários, desumanos, destruidores, desregulados, e
nalguns casos criminosos. Não há anjos e demónios numa guerra, esqueçam isso.
Qual a guerra que não deixa esse legado? A Ucrânia não é caso único. O que fizeram
os europeus e ocidentais quando os russos se envolveram na guerra da Síria, e
por lá andaram anos, destruindo cidades inteiras, pilhando, violando,
executando civis, tudo isto às ordens do ditador sanguinário de Damasco? Nada.
A hipocrisia também tem destas coisas.
Não façam da Ucrânia nem um imenso palco para negociatas de armas ou mesmo para experimentação de novas armas. (LFM)
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