domingo, abril 24, 2022

Sondagem: Jerónimo de Sousa afunda-se, António Costa lidera destacado



O comunista é o líder partidário com a pior avaliação, substituindo André Ventura (Chega) na rejeição dos portugueses. Secretário-geral do PS e Cotrim de Figueiredo (Iniciativa Liberal) são os únicos com saldo positivo. António Costa é o líder partidário mais popular entre os portugueses. Para além do socialista, só o liberal João Cotrim de Figueiredo consegue um saldo positivo. Todos os restantes estão no vermelho. Mas há uma outra novidade no barómetro da Aximage para o JN, DN e TSF: André Ventura deixa de ser o político com pior avaliação, com Jerónimo de Sousa a tomar o seu lugar.

O secretário-geral do PCP parece pagar o preço das controversas posições do seu partido sobre a guerra na Ucrânia, incluindo o voto contra o convite a Zelenski para discursar no Parlamento (o trabalho de campo decorreu antes da sessão com o presidente ucraniano). Mesmo que essas posições, como também se percebe pela sondagem, não tenham qualquer efeito no valor eleitoral.

O líder do Chega sai do último lugar, quer porque o comunista piora substancialmente (tem agora um saldo negativo de 53 pontos), quer porque melhora um pouco a sua própria avaliação. Mesmo assim, Ventura fica com um saldo negativo de 38 pontos, destacando-se a particular rejeição de quem vive em Lisboa, quem tem 65 ou mais anos, e de quem vota nos socialistas.

Quanto a António Costa, depois do saldo negativo de outubro, regressa a um claro saldo positivo. Os segmentos que avaliam de forma mais negativa o líder da Direita radical, são precisamente os que dão melhor nota ao secretário-geral socialista: os que residem na região da capital, os mais velhos e os eleitores do PS. Um indício mais de que o principal combate político-partidário do momento é o que opõe o PS ao Chega.

Liberal aproveita a onda

Um destaque ainda para o líder dos liberais. O seu partido está a crescer nas projeções de voto e a isso corresponde um aumento da popularidade de João Cotrim de Figueiredo, que é o único, para além de Costa, com saldo positivo, ainda que por um escasso ponto percentual.

Os maiores admiradores do político liberal estão no Porto, entre os que votam na IL e no PSD e entre os que têm 50 a 64 anos. Curiosamente, é também nesta faixa etária que se encontram mais detratores, havendo que somar, como território mais hostil, os que vivem no Norte e os eleitores do PCP, do BE e do PS.

Melo foi escolha "acertada" para liderar CDS

A escolha de Nuno Melo para presidir ao CDS terá sido uma escolha acertada. Pelo menos, é o que dizem 35% dos portugueses (com destaque para os eleitores dos quatro partidos mais à Direita), quando se pergunta sobre a capacidade do eurodeputado de fazer regressar os centristas à Assembleia da República (recorde-se que o CDS não elegeu nenhum nas legislativas de janeiro). Apenas 15% discordam.

Destaque-se, no entanto, o facto de metade das pessoas fugir à pergunta, seja porque não quiseram dar opinião (16%), seja porque se refugiaram num "não concorda, nem discorda" (34%). Melo está há menos de um mês na liderança e o CDS praticamente desapareceu do panorama mediático assim que terminou o congresso. E o barómetro não mostra mais do que uma recuperação de seis décimas em termos eleitorais. Se o movimento terá algum significado, futuros inquéritos o dirão (Jornal de Notícias, texto do jornalista Rafael Barbosa)

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