sexta-feira, novembro 05, 2021

Vergonhas nos laranjas de Lisboa...

Militantes do PSD desentenderam-se na madrugada desta quinta-feira junto à sede distrital de Lisboa, após verificar-se a existência de dúvidas sobre o número de listas concorrentes à comissão política distrital da Área Metropolitana, informou a PSP. "[...] Quando me encontrava de serviço de Patrulhamento Auto na área adstrita à 24.ª Esquadra [Campo de Ouriqu], [...], desloquei-me ao local da ocorrência onde havia notícia de desentendimento entre militantes do Partido Social Democrático (PSD)", lê-se num auto de notícia, ao qual a agência Lusa teve acesso. De acordo com a PSP, foi feita uma participação, pelas 00:30 de hoje, em que o denunciante Pedro Fonseca disse ter-se dirigido à sede distrital do PSD, na terça-feira, para "entregar a lista de candidatura à comissão política do PSD". O prazo para a entrega de candidaturas terminava às 00:00 de quarta-feira.

Mas, hoje, depois das 00:00, Pedro Fonseca "dirigiu-se à sede a fim de aceder às restantes listas candidatas, ao que verificou que não existiam quaisquer listas além da sua". A funcionária responsável pelas instalações da sede do partido, adianta a PSP, confirmou "os factos relatados".

Na terça-feira, Jorge Humberto Ramos Fernandes havia entregado, pelas 19:43, uma lista candidata à Comissão Política Distrital da Área Metropolitana de Lisboa e à Mesa da Assembleia Distrital, segundo a declaração de entrega de documentos do organismo.

"No estrito cumprimento do Regulamento Eleitoral do PSD, ontem dia 03 de novembro de 2021, às 19:43, eu acompanhado por mais três companheiros e uma companheira entregámos na sede do PSD Distrital de Lisboa a candidatura Lista X, para concorrer às eleições para a Comissão Política e para a Assembleia da Distrital", escreveu Jorge Humberto na sua página do Facebook. O militante adiantou que "até à meia-noite [quarta-feira] não tinha dado entrada nenhuma outra candidatura às eleições do próximo sábado", reforçando que "a Lista X [...] é a única lista que deve constar nos boletins de votos".

"[...] Confirmei por telefone (registado) de que para as eleições marcadas para este sábado [...], para os órgãos da Distrital de Lisboa do PSD, não houve mais listas a serem apresentadas, pelo que a Lista X é a única lista candidata às eleições para a Distrital de Lisboa do PSD. A distrital de Lisboa do PSD, a segunda maior em número de militantes, vai a votos no sábado com dois candidatos, o atual presidente e recandidato Ângelo Pereira e o ex-vice-presidente da concelhia da Amadora Jorge Humberto.

O presidente da mesa da Assembleia Distrital de Lisboa, o deputado e líder da concelhia da Amadora Carlos Silva, disse hoje à Lusa que foram entregues duas listas à distrital, a A, encabeçada por Ângelo Pereira, que já tinha anunciado no início de outubro a sua recandidatura, e a X, de Jorge Humberto, que formalizou o processo na quarta-feira.

Caso não sejam encontradas irregularidades nas listas, haverá dois candidatos à eleição que decorre no sábado entre as 15:00 e as 22:00, no mesmo dia do Conselho Nacional do PSD, marcado para Aveiro às 15:30. Ângelo Pereira foi eleito pela primeira vez presidente da distrital de Lisboa do PSD em novembro de 2019 com 82% dos votos, derrotando a vereadora em regime de substituição da Câmara Municipal de Lisboa Sofia Vala Rocha, com 18%.

No último mandato autárquico, Ângelo Pereira, que tinha sido candidato pelo PSD à Câmara de Oeiras contra Isaltino Morais, exerceu as funções de vereador no executivo municipal. A nível nacional, nas últimas eleições diretas para a liderança do PSD em 2020, Ângelo Pereira apoiou Miguel Pinto Luz, que ficou em terceiro lugar, e, na segunda volta, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro, que seria derrotado pelo atual presidente, Rui Rio. Jorge Humberto, que apoiou nas últimas diretas o atual presidente Rui Rio, demitiu-se em maio da vice-presidência da concelhia da Amadora, depois de o partido ter anunciado Suzana Garcia como candidata à presidência desta Câmara (SIC)

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E outra vez...

O PSD de Lisboa está em ebulição: a polícia regressou esta sexta-feira à sede distrital social-democrata, após denúncia de Jorge Humberto, um candidato à liderança desta estrutura. Pelo segundo dia consecutivo, a PSP foi chamada a dirimir o mau ambiente que se vive na distrital do PSD/Lisboa, que vai a eleições amanhã. O atual presidente e recandidato, Ângelo Pereira, lamenta o sucedido e ameaça fazer de tudo por expulsar Humberto, a quem acusa de "manchar este processo"

Cerca de 24 horas depois de ter sido chamada à Praça São João Bosco, em frente ao cemitério dos Prazeres, em lisboa, para acalmar os ânimos dos sociais-democratas, a PSP voltou de novo a ter de intervir ao final da tarde desta sexta-feira. apurou a VISÃO. Em causa está a denúncia de um candidato à liderança da distrital do PSD, Jorge Humberto, que acusa o atual presidente da Mesa da Assembleia Distrital, o deputado Carlos Silva, de estar a esconder um alegado atraso na entrega de uma lista. Já este responsável contra-atacou a versão de Humberto, de que diz estar a “enxovalhar” as eleições.

Jorge Humberto garante que, até à data limite para a entrega de candidaturas (meia-noite do dia 3 de novembro), só havia uma lista na corrida: a sua. À VISÃO, Humberto assegurou que, esta sexta-feira, exigiu conhecer que segunda lista está também na corrida, não tendo sido facultada qualquer informação sobre a mesma. Em causa estará a lista de Ângelo Pereira, atual líder.

“A PSP vai fazer um aditamento ao auto levantado ontem, porque o problema continua a ser o mesmo: omissão de procedimentos numas eleições que se querem democráticas. As listas já deveriam ter sido publicadas”, apontou, à VISÃO, Jorge Humberto, ex-dirigente do PSD/Amadora, que se demitiu após ser anunciada a candidatura de Suzana Garcia à Câmara Municipal, alegando, entre outras razões, que, por ser habitante da Cova da Moura, tal nome era ofensivo.

“À meia-noite do dia 3, liguei para a funcionária, secretária da Distrital, a perguntar se havia mais alguma lista candidata. E a resposta foi: não. Como é que de repente surge uma outra lista?”, acrescentou. Do outro lado, desmente-se esta versão. Segundo Carlos Silva, “foram rececionadas, dentro dos prazos, duas listas candidatas, a A, liderada por Ângelo Pereira, e a X, de Jorge Humberto”.

“As listas são entregues ao presidente da Mesa da Assembleia. Como constam dados pessoais nessas listas, entre os quais imagens dos cartões de cidadão dos candidatos, o que vai ser feito – e deve ser feito -, respeitando a legislação da Proteção de Dados, é a publicação dos cadernos eleitorais amanhã, nas mesas de voto nas concelhias. O candidato Jorge Humberto sabe que foi combinada uma hora com ele; hoje, sexta-feira, às 18.30 horas. Apareceu entretanto e não quis ver qualquer informação que lhe pudesse mostrar. Lamenta-se que o nome do PSD seja enxovalhado desta forma”, disse à VISÃO o dirigente, que também é deputado na Assembleia da República, já depois do incidente. O atual presidente da Distrital, Ângelo Pereira, não só critica a atuação de Jorge Humberto, como promete avançar com uma ação judicial por injúria contra aquele ex-dirigente do PSD/Amadora e levar o caso à Jurisdição do partido, “com vista à sua expulsão”.

“A minha lista foi entregue dentro do prazo, ao presidente da Mesa da Assembleia. A dele foi entregue a uma funcionária – o que levou a que o presidente da Mesa tivesse de lá ir à meia-noite levantar essa candidatura. Enfim, é o modus operandi desse senhor, para ganhar protagonismo. Tenho as dez concelhias a apoiarem-me. Como esse senhor está a tentar através de meios muito incorretos ganhar protagonismo, porque sabe que não o conseguirá na urnas, nada mais merece que um processo judicial por injúria. Mais: eu mesmo irei desencadear junto do Conselho de Jurisdição do PSD uma queixa que vise a expulsão deste senhor”, adiantou Ângelo Pereira.

Em maio deste ano, enquanto vice-presidente da concelhia da Amadora, Jorge Humberto havia entrado em rota de colisão com Carlos Silva, presidente daquela estrutura. Em causa estava o facto de Humberto ser contra a candidatura de Suzana Garcia. Na quarta-feira à noite, já noite dentro, alegados apoiantes de Jorge Humberto motivaram a ida da PSP à sede da distrital, após terem exigido Carlos Silva que mostrasse em papel as listas candidatas às eleições. A polémica é tal que, depois da entrega da lista de Humberto, um dos elementos da sua lista, Elísio Martins veio pedir que o seu nome fosse retirado da candidatura – que será composta quase exclusivamente por militantes da Amadora. Os resultados destas eleições, que se realizam este sábado, serão conhecidos no domingo (Visão)

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