domingo, maio 03, 2020

Sondagem JN-TSF: PSD está cada vez mais longe dos socialistas

Sondagem da Pitagórica para o JN e a TSF projeta 41,9% para o PS e nova queda para os social-democratas (23,1%). BE continua em terceiro (8,1%) e à frente do Chega (7,3%). O PS continua a ganhar vantagem eleitoral em período de crise. O fosso para o PSD é agora de 19 pontos percentuais. A mais recente sondagem da Pitagórica para o JN e a TSF projeta um resultado de 41,9% para os socialistas e de 23,1% para o PSD. Bloco (8,1%) e Chega (7,3%) estão em perda mas mantêm em aberto a disputa pelo terceiro lugar. A CDU recupera ligeiramente (5,6%) mas fica longe do pódio. PAN, CDS e Iniciativa Liberal empatam nos 2,6%. O trabalho de campo da sondagem ocorreu entre 15 e 26 de abril. Ou seja, ainda antes do final do estado de emergência, mas quando já passava mais de um mês sobre a crise sanitária e se sucediam as notícias sobre o encerramento de empresas, despedimentos e recurso massivo ao lay-off. Nada que tenha afetado a tração eleitoral de António Costa: ganhou duas décimas relativamente ao barómetro de final de março; tem mais 5,5 pontos percentuais do que nas eleições de outubro; e regista o melhor resultado desde julho do ano passado.
MÁS NOTÍCIAS PARA O PSD
Há mais boas notícias para o PS. Que resultam das más notícias para o PSD. A posição colaborante de Rui Rio pode ter suscitado elogios mas não lhe trouxe dividendos eleitorais: perde dois pontos percentuais desde março; cai quase cinco pontos relativamente às últimas legislativas; e regressa aos valores que marcava no barómetro de setembro do ano passado.
Tal como acontecia no mês passado, quando se compara o apelo de PS e PSD entre os vários segmentos da amostra (apenas a intenção direta de voto, sem distribuição de indecisos), os socialistas estão à frente em todas as faixas etárias, regiões e escalões de rendimento. Com destaque para as mulheres (vantagem socialista de 17 pontos sobre os sociais-democratas), os eleitores com 65 ou mais anos (19 pontos), os do penúltimo escalão de rendimento (24 pontos), e os que vivem no Sul (31 pontos).
CHEGA LIDERA MAIS À DIREITA
O espaço à Direita do PSD vale 13 pontos percentuais e fica claro que a liderança do Chega é sólida. Apesar do partido de André Ventura perder quase um ponto face a março, está muito à frente dos partidos que disputam o mesmo espaço político: o CDS de Francisco Rodrigues dos Santos continua em queda (1,6 pontos relativamente às últimas eleições), enquanto o Iniciativa Liberal de João Cotrim Figueiredo ganha um pouco de fôlego e empata com os centristas.
Radicais e liberais são os grandes responsáveis pela queda, quer do CDS, quer do PSD nas sucessivas sondagens. O Chega (tem mais seis pontos do que em outubro) é o partido que rouba mais votos aos sociais-democratas, embora esteja a conquistar eleitores em quase todas as outras formações políticas.
ESQUERDA PERDE FORÇA
Também o espaço à Esquerda do PS vale um pouco mais do que 13 pontos percentuais, mantendo-se a tendência para a supremacia de bloquistas sobre comunistas. Ambos perdem relativamente às legislativas. Parte desses votos perdidos estão a ser canalizados para os socialistas.
Ao centro, o PAN perde gás, quer na comparação com as eleições, quer com o barómetro de março. Mais preocupante para o partido animalista e ambientalista é que a queda se dá nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, onde elegeu todos os seus quatro deputados.
OS INDECISOS DO BLOCO
O número de indecisos diminuiu em abril, face a março. São agora 18,2%, mas com a novidade de haver mais homens (18,5%) do que mulheres (17,9%) que não saberiam hoje em quem votar. Destaque também para os que têm 18 a 24 anos (38%) e os que vivem na região Norte (22,4%), que na amostra não inclui o Grande Porto.
O Bloco de Esquerda continua a ser o partido que perde mais votos para os indecisos: quase 30% dos que votaram nos bloquistas em outubro estão agora com dúvidas sobre o seu sentido de voto. Entre o conjunto de pessoas que votou em partidos mais pequenos, branco ou nulo, a indecisão também é maior (22,6%) (JN, texto do jornalista Rafael Barbosa)

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