segunda-feira, maio 11, 2020

Covid-19 e o fim de um mito? Fechar escolas só reduziu o contágio em 8%, revela estudo

O encerramento das escolas em Portugal reduziu o número de novos contágios da Covid-19 em apenas 8%, revela um estudo realizado por uma equipa de investigadores da universidades suíças de Zurique e Basileia, citado pelo “Jornal de Negócios”, que avaliou um conjunto de 20 países. No estudo (que ainda não foi revisto pelos pares), intitulado «Impacto das intervenções não farmacêuticas nos casos detectados de Covid-19″, os investigadores procuraram perceber, através de modelos estatísticos, que redução do número de novos casos de coronavírus pode ser atribuída a cada uma das medidas de confinamento tomadas pelos países.
A medida mais associada à redução do contágio em Portugal, defendem, foi o encerramento de espaços de comércio, restauração e recreativos, que terá sido responsável por uma diminuição de 36% de novos casos. A proibição de ajuntamentos, por sua vez, foi associada a uma redução dos casos em 34%, e o encerramento de fronteiras e a proibição de trabalho em funções não essenciais a uma diminuição de 31%. Já a proibição de eventos levou a uma redução ligeiramente menor, de 23%.

Os lockdowns, ou seja, a proibição de as pessoas circularem livremente, sem que estejam contaminadas, e o encerramento das escolas, surgem no fundo da tabela. De acordo com os investigadores, as proibições de sair do concelho de residência no período da Páscoa e no fim de semana alargado do 1.º de Maio levou a uma redução de casos de apenas 5%. No segundo, do encerramento das escolas, a diminuição de novos infectados é de 8%.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias “France-Press”, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 280 mil mortos e infectou mais de quatro milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de 1,3 milhões de doentes foram considerados curados. Em Portugal, morreram 1.135 pessoas das 27.581 confirmadas como infectadas, e há 2.549 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde. O país está desde 3 de Maio em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência, que começou a 19 de Março. Esta nova fase de combate à Covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância activa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais. A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando sectores inteiros da economia mundial. Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas (Executive Digest)

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