Há, pelo menos, 30% dos portugueses que admite ter uma perda de rendimento de cerca de 581 euros no seu orçamento de férias em relação a 2019, revela um inquérito da Fixando, junto de 12 mil cidadãos, nos primeiros 15 dias de Maio. Já 40% dos inquiridos referem que o orçamento não sofreu quaisquer efeitos negativos devido à pandemia do novo coronavírus. Daqueles que já planearam as férias, a maioria (68%) decidiu ficar em Portugal. Os restantes pretendem viajar para o estrangeiro. Ainda assim, só 58% vai de férias. Os restantes decidiram cancelá-las (38%), enquanto 4% viram as suas férias canceladas. De acordo com a Fixando, os que já cancelaram reservas de viagem no valor, em média, de 1.200 por pessoa, vão perder, 940 euros. Apenas 23% conseguiu reembolso completo, em dinheiro, dos valores já pagos. Outros 29% receberam um voucher e 48% não foram reembolsados, segundo a plataforma. O mesmo inquérito mostra que a esmagadora maioria (75%) dos portugueses não planeou ainda as suas férias para 2020: 27% alega falta de rendimentos, 24% mostra-se cauteloso quanto ao futuro e 14% tem medo de viajar por receio de serem contagiados com Covid-19.
Na segunda-feira, o Presidente da República lançou um apelo aos portugueses para que «passeiem, fiquem e programem as férias em Portugal». Marcelo Rebelo de Sousa, que falava numa visita à Torre de Belém, em Lisboa, começou por desafiar os cidadãos a «conhecerem o que é fundamental no património no nosso país, que os estrangeiros visitam, e nós, de repente, damos conta de que não conhecemos, nem visitamos há muitos, muitos anos, o que é imperdoável».
«Aproveitem para fazer turismo cultural. (…) Visitar, trazer os mais novos a visitarem e a regressarem àquilo que foram visitas do passado e, de alguma maneira, redescobrir o encanto do nosso país», apelou, salientando que o património cultural português é «riquíssimo». Portugal contabiliza já um total de 1231 óbitos associados à Covid-19 e 29.209 infectados, revela o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde, divulgado na segunda-feira. O país entrou no dia 3 de Maio em situação de calamidade devido à pandemia de Covid-19, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de Março. Esta nova fase prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância activa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias “France-Presse”, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 316 mil mortos e infectou mais de 4,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios. A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China (Executive Digest, texto da jornalista Ana Rita Rebelo)
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