Um barómetro sobre as perceções dos
portugueses sobre cibersegurança revelam que 80% dos inquiridos não confiam no
Estado para garantir a privacidade dos seus dados pessoais e a maioria crê num
risco crescente de ser vítima de cibercrime. O barómetro da Associação Portuguesa de Apoio
à Vítima (APAV) hoje revelado foi elaborado com base num questionário online a
591 pessoas entre 27 de fevereiro e 08 de março e mostra que a maioria dos
inquiridos está sempre ligada à internet, seja em casa, no trabalho, ou até na
rua, pelo uso de smartphones, com a consulta de emails, o acesso às redes
sociais e a leitura de notícias a serem as atividades predominantes. Entre os
inquiridos, 80% “receia que a confidencialidade da sua informação pessoal não
esteja a ser assegurada pela Administração Pública” e 90% tem esse receio em
relação a ‘websites’, de forma geral.
A quase totalidade dos inquiridos acredita que
o risco de ser vítima de cibercrime está a aumentar e evita fornecer informação
pessoal online. Um quarto dos inquiridos não se sente capaz de se proteger de
ataques e ameaças de cibercrime, como seja proteger o computador com a
instalação de um antivírus. Ataques de software malicioso, roubo de identidade,
acesso indevido a contas nas redes sociais ou email e burla estão entre as
principais preocupações. Sobre a perceção do que pode ser considerado
cibercrime, a pornografia online encabeça a lista, com 84% dos inquiridos a
manifestarem esse entendimento, seguindo-se roubo de identidade e divulgação
online sem consentimento de vídeos e fotos íntimas.
12% considera o discurso de ódio ou o
incitamento ao ódio um cibercrime de menor importância. Quase metade dos
inquiridos afirma que nos últimos três anos não foi vítima nem teve
conhecimento no seu círculo de pessoas próximas de casos cibercrime, mas quando
isso aconteceu as chamadas fraudulentas, ataque aos dispositivos eletrónicos e
as burlas online foram as situações mais relatadas.
No caso das burlas online a maioria das
vítimas denunciou à polícia e outras entidades responsáveis e nos acessos
indevidos a contas de email ou redes sociais as vítimas optaram
maioritariamente por alterar a sua password. Mais de metade dos inquiridos
afirma ter alterado a password nos últimos 12 meses para acesso ao email, redes
sociais ou serviços de banca online. Apenas 10% dos participantes no barómetro
declarou ter conhecimento de alguma estrutura em Portugal que preste apoio a
vítimas de cibercrime, tendo a APAV, a Polícia Judiciária e outras forças
policiais sido as mais mencionadas por esses casos. Os inquiridos que declaram
ter menores a cargo afirmaram, na sua maioria, que monitorizam as atividades
online dos mais jovens. Quase metade controla o tempo que as crianças e jovens
passam online e recorrem a controlos parentais no navegador de internet (aqui)
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