quinta-feira, abril 30, 2020

Covid-19: Companhias aéreas agravam previsão de perdas para 6 mil milhões em África

A Associação Internacional do Transporte Aéreo reviu em alta a previsão de perdas para as companhias africanas, estimando agora uma quebra de 6 mil milhões de dólares e a perda de metade dos empregos devido à pandemia. A Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA) reviu em alta a previsão de perdas para as companhias africanas, estimando agora uma quebra de 6 mil milhões de dólares e a perda de metade dos empregos devido à pandemia. “As companhias da região africana podem perder 6 mil milhões de dólares [5,5 mil milhões de euros] em receitas de passageiros, quando comparado com 2019, o que é mais 2 mil milhões de dólares [1,8 mil milhões de euros] do que o estimado no início do mês”, diz a associação que representa os transportadores aéreos. “As perdas de empregos na aviação e nas indústrias relacionadas pode crescer para 3,1 milhões de dólares [2,8 mil milhões de euros], o que é metade dos 6,2 milhões de empregos que existem na região neste setor, sendo que a estimativa anterior era de 2 milhões de empregos”, acrescenta-se na nota divulgada em Amã, a capital da Jordânia.

Entre as estimativas da associação do setor para esta indústria que está a ser fortemente afetada pelas restrições à movimentação de pessoas e bens no âmbito do combate à propagação da pandemia da covid-19, a IATA salienta ainda a queda de 51% do tráfego aéreo, que aprofunda a previsão inicia de uma queda de 32% nas viagens, o que no conjunto, faz com que o contributo da aviação para o PIB da região caia de 56 mil milhões de dólares [51,5 mil milhões de euros] para 28 mil milhões de dólares [25,7 mil milhões de euros], quando a previsão anterior era de 17,8 mil milhões de dólares [16,3 mil milhões de euros].
“Estas estimativas são baseadas num cenário de restrições severas às viagens durante três meses, com um levantamento gradual das restrições nos mercados internos, seguidos de [uma ação semelhante a nível] regional e intercontinental”, explica a IATA.
Entre os países mais afetados estão a África do Sul, seguida da Nigéria, Etiópia e Quénia, numa lista onde aparecem também os lusófonos Moçambique, que deverá enfrentar uma redução de 1,4 milhões de passageiros, que resulta numa perda de 130 milhões de dólares [119 milhões de euros] em receita, que coloca 126.400 empregos em risco e uma contribuição de 200 milhões de dólares [184 milhões de euros] para a economia moçambicana.
Em Cabo Verde, um dos países onde o turismo mais tem influência na economia, a IATA estima que haja uma redução de 2,2 milhões de passageiros, que vão originar uma perda de 200 milhões de dólares [184 milhões de euros] em receita, 46.700 empregos e 480 milhões de dólares [441 milhões de euros] de contribuição para o PIB do arquipélago.
Perante este cenário, a IATA defende um conjunto de medidas, entre as quais se incluem o apoio financeiro direto ao setor, a atribuição de empréstimos e garantias do Estado e apoio ao mercado de títulos de dívida corporativa, bem como um alívio fiscal.
“As companhias aéreas em África estão a lutar pela sobrevivência”, resumiu o vice-presidente da IATA com o pelouro da África e Médio Oriente, Muhammad Al Bakri, acrescentando que “várias companhias aéreas colocaram o pessoal em licença sem vencimento ou anunciaram já a intenção de cortar empregos, e outras vão seguir-se se um alívio financeiro urgente não for concedido” (Visão)

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