quinta-feira, abril 30, 2020

Governo prepara «intervenção de larga escala» na TAP, revela Pedro Nuno Santos

«A TAP é uma empresa de elevada importância estratégica para Portugal, para a economia portuguesa e para o povo português. É mesmo uma das mais importantes empresas do país e qualquer estratégia de recuperação de desenvolvimento, de ligação com um país periférico como o nosso ao resto do continente europeu e do mundo necessita de uma companhia de aviação a funcionar de forma saudável e a servir o país», começou por apontar Pedro Nuno Santos, ministro das Infra-estruturas e da Habitação, na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação. E é por isso que, vincou Pedro Nuno Santos, «em nenhum momento se equacionou a possibilidade de o Estado português deixar cair a TAP ou que a TAP se extinga». Isso significa que «o Estado português está a acompanhar a situação tremendamente difícil da TAP e a estudar diferentes alternativas de intervenção para assegurar que a TAP não só não cai como tem as condições para poder continuar a servir o país e a nossa economia», explicou.

«A reversão que nós fizemos em 2015 um contributo muito importante para que nós hoje possamos estar a olhar para a TAP e a discutir o futuro da TAP de uma maneira diferente daquela que poderíamos se o Estado não estivesse na empresa», sublinhou. E reafirmou: «Se o Estado não estivesse na empresa nós não sabíamos sequer se a empresa ainda cá estava». «Podemos discutir os modelos de reversão e achar que foram insuficientes, mas a presença garantiu que nós possamos ter, pelo menos, o pé na TAP e discutir o seu futuro de acordo com o interesse nacional e não de qualquer interesse particular», acrescentou.
De acordo com Pedro Nuno Santos, a Comissão Executiva da TAP fez uma proposta que, «entre diferentes alternativas, estão a ser estudadas». Mas «estaremos sempre a falar de uma intervenção de elevadíssima dimensão», o que significa que o modelo «tem de ser muito bem maturado e estudado de acordo com os interesses do Estado soberano, do país e não dos accionistas de uma empresa que se não for intervencionada acabará por falir», atirou.
«É importante que tenhamos consciência disto: neste momento, a TAP sem intervenção pública não tem qualquer possibilidade para sobreviver», alertou o ministro Pedro Nuno Santos. «A nossa missão será salvar a TAP e não nenhum accionista em particular», reiterou. E frisou ainda: «Estamos interessados que os nossos parceiros nos acompanhem», mas «têm de acompanhar», caso contrário haverá «consequências na relação sociatária entre os sócios da empresa e terá também de ter consequências desde o momento zero desde o momento em que nós decidimos intervir com dinheiro do povo português». «Implicará que o Estado acompanhe todas as decisões que serão tomadas nos próximos tempos. (…) A música agora é outra», garantiu.
A TAP é detida em 50% pelo Estado, através da Parpública, em 45% pelo consórcio privado Atlantic Gateway e em 5% pelos trabalhadores (Executive Digest, texto da jornalista Ana Rita Rebelo)

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