Não comento as reivindicações dos enfermeiros nesta greve prolongada e que têm sido a causa do braço-de-ferro com governo da geringonça. Não comento porque já me perdi na polémica e na sucessão de reivindicações e nas contradições mais do que óbvias na atitude das duas partes. Contradições - é disso que falo - em termos de procedimentos e de declarações públicas. Mas o que eu vejo, e disso sei do que falo, é que as dirigentes da associação sindica e da ordem dos enfermeiros, cada vez que abrem os queixos dão tiros-nos-pés desnecessários e perigosos, com declarações despropositadas e que em nada ajudam a luta em curso. Ou seja, comunicação zero. E isso é mau. Num cenário destes é coisa que não pode existir. Quanto ao resto eu sei que quando se faz uma greve a ideia é que ela tenha impacto e faça estragos - mas neste caso concreto falamos de um sector com uma altíssima sensibilidade, profissional e humana. Sei que o governo da geringonça, a meses de eleições, não gosta de confrontar-se com uma enorme sequência de greves na medida em que elas acabam por desmitificar a teoria e o discurso da geringonça, segundo o qual vivemos todos num "paraíso" cor-de-rosa onde tudo é possível. Até o Centeno hoje veio negar que a classe média portuguesa esteja a pagar mais impostos quando ele é primeiro a saber que isso é verdade.
Um último conselho às dirigentes dos enfermeiros, que não é novidade porque consta dos manuais de comunicação e marketing institucional: quando vamos para uma "guerra" basta que nos preocupemos com essa. Não desviemos nem nos preocupemos com o que se passa noutros locais e com outros protagonistas. Nem despoletemos muitas guerras ao mesmo tempo porque acabamos por não ganhar nenhuma delas e pagar um preço elevado por isso, que só o tempo o mostrará. Registem isso (LFM)
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