Há momentos em que os partidos, mesmo arriscando, política e eleitoralmente falando, dão sinais de mudança, precisam de dar sinais de mudança, e sobretudo sinais de que não se esgotaram os universos próprios de recursos humanos mobilizáveis, facto que, teremos de reconhecer, não abonam em nada em favor da política, principalmente quando a continuidade temporal nos mesmos lugares políticos se enraíza como se não houvesse mais ninguém para os ocupar. O PS da Madeira, bem ou mal - esse problema diz respeito apenas ao partido - acaba de tomar uma decisão para as europeias - fracamente apenas a substituição da Liliana já era previsível - que pretende dar uma lufada de ar fresco mas que, também indicia, claramente que outras mudanças, quer para as regionais, quer para as legislativas nacionais, se vão seguir. No caso das europeias não há particulares exigências para integrar uma lista nacional que apenas é composta por 21 candidatos efectivos.
Ressalvando as diferenças entre as europeias e as demais eleições antes referidas, é certo que as mudanças têm riscos - o PSD-M correu vários riscos em 2015 que deixaram perigosas marcas de desagregação e desfechos eleitoralmente contrários ao pretendido - mas no caso das europeias, pelos motivos de todos conhecidos, esses riscos são diminutos e não colocam em causa nada de concreto porque é em função da eleição nacional que os eurodeputados são eleitos. Creio que a aposta do PS-M nesta jovem médica - que para mim é uma surpresa, porque nunca tinha ouvido falar no nome da jovem associada ao PS local, quer em termos de anteriores candidaturas, quer mesmo em termos de militância política activa - visa ter impacto, e acho que essa é uma das apostas socialistas, na captação do voto dos jovens que são sem dúvidas os que mais engrossam a abstenção pelo simples facto de que não se reverem nas decisões tomadas pelos partidos. Ainda recentemente em Lisboa, em contacto com um jovem madeirense, que faz intenção de regressar, tivemos oportunidade de falar da política a nossa terra e percebi, uma vez mais, que há marcas deixadas que precisam ser rapidamente resolvidas, sob pena dos partidos continuarem distantes, bem distantes, dessa juventude (e não falo das "jotas" que são apenas instituições de passagem num determinado tempo da vida dos jovens que se sentem atraídos pela política, mas que não têm o direito de ousarem sequer que são "donas" desses jovens que nelas militaram e delas foram saindo) que quer respostas e não compreende que os lugares nos partidos tenham donos que lá se eternizam, salvo naturais excepções que têm muito a ver com o perfil de liderança de um número muito limitado de políticos (LFM)
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