O executivo de António Costa tem dois ministros da mesma família: Vieira da Silva é pai de Mariana Vieira da Silva. Esta é, apenas, a parte visível das várias relações familiares que existem no governo e na administração pública. Depois da remodelação, o governo português passou a ter uma composição inédita na Europa. RTP contou mais de 20 casos a máquina do Estado liderada pelo PS. Aos 40 anos, a filha de um dos ministros mais próximos de Costa chega às mais altas funções políticas sem nunca ter passado por uma entrevista de trabalho. Teve sempre cargos de nomeação política depois de se ter licenciado, à exepção de ter sido investigadora do ISCTE, onde o pai também dava aulas, quando o PS perdeu as eleições em 2011. A direita indignou-se. A esquerda ficou em silêncio. Para o Presidente da República é um não assunto: Pedro Nuno Santos é o outro ministro que renova a geração do governo. De líder da JS, passou a deputado e chegou a secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares. Foi ele que assegurou a criação da geringonça. O único emprego que teve foi na empresa da família, quando terminou o curso. Pedro Nuno Santos é casado com Ana Catarina Gamboa, também ela com um passado de dirigente da JS e mais recentemente assessora do amigo e ex-vice-presidente da Camara Municipal de Lisboa, Duarte Cordeiro. Juntamente com Pedro Nuno Santos, são os chamados "Jovens Turcos" que prometem futuro ao PS: Duarte Cordeiro vem também da escola da Juventude Socialista. A mulher Susana Ramos foi diretora do departamento social da autarquia da capital, mas em março de 2017 foi escolhida para coordenar um organismo criado pelo governo nessa mesma data. E não é matrimónio único no governo. O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, trabalhou com a mulher no próprio Ministério. Isabel Marrana foi chefe de Gabinete de uma das secretarias de estado, até ter pedido a demissão há 6 meses. Já Francisca Van Dunem estava longe do marido. Mas Eduardo Paz Ferreira, foi escolhido em outubro do ano passado por Ana Paula Vitorino para liderar a Comissão de Renegociação da Concessão do Terminal de Sines. Mas há mais. No gabinete do primeiro-ministro, está Patrícia Melo e Castro como assessora, cunhada de Ana Catarina Mendes, a número 2 de António Costa no partido, que por sua vez, é irmã do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes. E um dos melhores amigos de António Costa, Diogo Lacerda Machado, consultor do primeiro-ministro até 30 de junho de 2017, data em que integrou a administração da TAP, tem os dois filhos a trabalhar no Estado. No Ministério dos Negócios Estrangeiros encontramos Francisco, como Técnico Especialista desde 2015. E numa empresa da Defesa Nacional, vemos o irmão mais novo, João Maria, como assessor. O Sexta às 9 procurou noutros países europeus, semelhanças, mas não encontrou nenhuma. Já em França, foi mesmo aprovada em 2017 uma lei anti-nepotismo, precisamente para prevenir governos familiares. Só viajando ate ao outro lado do Atlântico é que encontramos um caso parecido. Donald Trump contornou a lei de 1967 que impede a contratação de familiares para cargos públicos e nomeou a filha e p genro para conselheira e assessor.
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