terça-feira, agosto 08, 2017

Aeroporto do Funchal: em defesa dos pilotos da TAP, mas...

O Aeroporto do Funchal voltou a estar em foco por estes dias por motivos que não são os mais desejados. É certo que não podemos responsabilizar ninguém, porque ninguém (ainda) comanda o clima as condições meteorológicas que condicionam, a operacionalidade daquele aeroporto. Mas convenhamos que começando a tratar-se de uma situação estranhamente mais frequente nos últimos tempos, e que potencialmente pode criar dificuldades ao sector turístico local, nada impede que o bom senso e o pragmatismo na abordagem do tema estejam em cima da mesa, em detrimento de tomadas de posição exageradas, sem sentido, populistas e que nada resolvem de concreto.
Recordo que o vento forte que condicionou o movimento no Aeroporto da Madeira desde sexta-feira provocou o cancelamento de mais de 100 voos e afectou cerca de 15 mil passageiros, segundo informação da ANA -- Aeroportos de Portugal.

Adianta a ANA que se registou o cancelamento de duas ligações na passada sexta-feira, 29 no sábado e 70 no domingo, entre chegadas a partidas.
“Já hoje (segunda-feira), verificou-se uma situação de acalmia nas condições de vento, aproximadamente entre as 10 e as 12 horas, facto que possibilitou 11 movimentos de aterragem, cujas respectivas partidas já se iniciaram”.
Esclarece a ANA que a protecção dos passageiros cabe às respectivas companhias, mas que a direcção do Aeroporto da Madeira - Cristiano Ronaldo, “com o intuito de mitigar os incómodos e desconfortos que se previam para os passageiros” reuniu com várias estruturas e concessionários de restauração na aerogare.
O objectivo foi o de “obter a colaboração destes últimos no alargamento do horário de funcionamento e reforço dos stocks, tendo este pedido obtido total colaboração”.
Ainda com o mesmo objectivo, a ANA adquiriu colchões e mantas - em quantidade limitada pelos stocks do comércio da ilha - que disponibilizou, preferencialmente, a idosos e crianças.
E perante estas situações - que afectam sempre milhares de pessoas devido aos atrasos, gerando todas as frustrações e irritações que aumentam à medida em que a política de comunicação dos aeroportos ou das empresas aéreas falha e as informações escasseiam - apetece-me reafirmar que apesar de poder ter, e tenho, as críticas que tiver em relação à TAP - lembro que tenho criticado vários aspectos do funcionamento da empresa aérea nacional - continuo a pensar que ela tem pilotos responsáveis, tecnicamente competentes e bem preparados e que colocam sempre a segurança das pessoas em primeiro lugar. Ver críticas aos pilotos da TAP quando o aeroporto regista ventos superiores a 50 km e rajadas da ordem dos 60, 65 km ou mais e achar que as companhias low-cost é que são as corajosas só porque  podem pelo aventureirismo de tentativas de aterragem que viraram pesadelos para os passageiros, com momentos dramáticos e verdadeiramente alucinantes, perfeitamente dispensáveis, é injusto e asqueroso. Continuo a ser um crente confesso, quer nos pilotos da TAP, quer no rigor das exigências da sua operacionalidade no Funchal e também da eficácia da manutenção técnica dos aviões da TAP. 
Isto nada tem a ver com as razões que justificam críticas noutras áreas, desde os atrasos, a exigências idiotas como é o caso do pagamento de lugares e do rigor nas bagagens, em voos nacionais, ao descalabro que continua a ser a divisão nos aviões, após o check-in, de famílias com reservas ou nomes diferentes, com o facto de haver tripulações que parecem estar a fazer um frete a que se juntam as críticas a todos os pilotos - e esta crítica é recorrente - que ou não dão informações de voos aos passageiros ou quando o fazem o volume é de tal modo baixo que ninguém percebe nada do que dizem. E com a agravante - estranha e absurda - de não haver ninguém naquela cabine que perceba que ou é aumentado o som da cabine ou o piloto fala mais alto os passageiros têm direito a serem informados. Aliás, acho que a TAP devia intervir nisto porque há pilotos que nem informação dão sobre o voo, como deviam, aos passageiros, comportando-se com se fossem uma espécie de capatazes de uma "quinta" que julgam ser deles mas que não lhes pertence. (LFM)

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