quarta-feira, agosto 23, 2017

Correio das Manha: Paulo Cafôfo: Uma figura ‘ca fofa’

Foi o homem que roubou o Funchal ao PSD em 2013. Os opositores gabam-lhe a boa figura mas acusam-no de mentir, subornar e de ter pouca cultura. Há um ano, quando a Madeira ardia, o presidente da Câmara Municipal do Funchal vestiu o colete da proteção civil e combateu os incêndios ao lado dos bombeiros. "Apareceu sozinho frente às câmaras porque quis ser ele o protagonista. Deixou o vereador responsável pela proteção civil a marinar em Lisboa, apesar de ele querer vir para a ilha, e veio dizer que ele não estava na Madeira porque o pai estava muito doente, o que era mentira. Tanto que ele agora nem aparece nas listas do Cafôfo para as autárquicas", conta uma fonte do (seu) Partido Socialista que, por motivos óbvios, prefere não se identificar. Gil Canha, rival político de Cafôfo, que acusou o autarca de corrupção e tentativa de suborno, não pede anonimato: "Tem um caráter muito complexo. Não tem sentido nenhum de humor.
Ele tirou-me da Câmara porque eu estava a pôr em causa os grandes grupos económicos. O grupo Sousa, um dos mais conhecidos aqui da Madeira, cercou-me a câmara e o Cafôfo em vez de ser solidário comigo, disse-me que eu me devia demitir. E quando em 2014, eu exigi que o PS pagasse o jantar de campanha do Francisco Assis no Funchal – eles preparavam-se para não pagar – ele tirou-me o pelouro da fiscalização municipal e dos mercados e mandou-me para as oficinas, o que me fez abandonar a Câmara", acusa Gil Canha, candidato à Câmara do Funchal pela coligação Funchal Forte (PPM, PURP). Paulo Alexandre Nascimento Cafôfo nascido em 1971 na freguesia de Santa Luzia, no Funchal, esteve no início da semana debaixo de fogo por causa da árvore da tragédia, o carvalho centenário que matou 13 pessoas em dia e hora de procissão religiosa. Plágio e propaganda Licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e, desde então, foi professor. "É uma pessoa que em termos culturais deixa muito a desejar. Em 2014, plagiou um artigo de uma arquiteta num texto que escreveu para o Diário de Notícias da Madeira. Até a escrever nota-se que é uma pessoa com pouca cultura. Estudou em Coimbra mas não sabe quem é o Afonso Costa. Não sabe o que foi o 11 de março e o 25 de novembro. Agora é o Luís Paixão Martins (consultor e RP) que lhe escreve os discursos porque aquilo era uma tragédia", conta quem com ele priva diariamente. "O que o safa é que tem uma ótima figura e se lhe explicarmos numa hora a situação de Barcelona na guerra civil espanhola, ele capta tudo", acrescenta. Cafôfo foi o homem que roubou o Funchal ao PSD – liderava a Coligação Mudança, de independentes – mas Gil Canha acusa-o de falta de iniciativa até então. "Quando o líder da associação Cosmos foi perseguido no tempo do Alberto João nós convidámo-lo para presidente e ele recusou. É uma pessoa que nunca contribuiu em nada contra o regime jardinista do qual a Madeira foi vítima. Não fez uma intervenção nem um artigo que fosse" (texto da jornalista do Correio da Manha, Marta Martins Silva)

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