fonte: youtube
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Nicolás Maduro perseguido na rua por multidão em fúria
Uma multidão em fúria perseguiu o Presidente
venezuelano Nicolás Maduro, que tinha ido inaugurar a renovação de novo
complexo de habitações sociais na pequena localidade de Villa Rosa, na
turística ilha Margarita. Foram colocados vídeos nas redes sociais que mostram
os populares a rodear completamente o impopular Presidente, de noite, que fugiu
a correr. Maduro foi recebido na noite de sábado com uma “caçarolada”,
manifestantes a bater em tachos e panelas, a gritar que tinham fome, em
protesto contra a falta de bens essenciais.
Cerca de 72% dos venezuelanos diz
não ter tido comida suficiente "algumas vezes" ou "sempre"
nos últimos 12 meses, segundo dados do inquérito Latinobarómetro. A ilha
Marguerita em concreto tem sérios problemas de abastecimento de água e
alimentos, diz o jornal venezuelano, El Nacional, próximo da oposição, que o
Governo tenta resolver à pressa para receber a Cimeira dos Países não
Alinhados, a 13 de Setembro. O
Presidente tentou falar com a multidão, mas essa atitude não resultou:
gritaram-lhe obscenidades e começaram a persegui-lo, descreve o New York
Times. Cerca de 30 pessoas foram detidas por causa deste protesto na ilha
Margarita. Uma delas é Braulio Jatar, director do jornal online Reporte
Confidencial, o primeiro a divulgar a notícia e os vídeos da perseguição ao
Presidente. O seu filho diz que o Ministério Público o pretende acusar de
"branqueamento de capitais", por alegadamente ter encontrado uma
elevada soma de dinheiro no seu carro, relata o El Nacional. Inicialmente, Jatar foi dado como
desaparecido, relata o espanhol El País, que disse que o jornalista tinha sido
detido pela polícia política, Sebin. Já não é a primeira vez que Jatar, que
também nacionalidade chilena, é incomodado pela Sebin, diz o jornal espanhol. Hoje, Maduro não só é impopular como
enfrenta uma tentativa de destituição mediante convocação de referendo.
Recentemente
a oposição levou uma enorme multidão a Caracas, a capital falou-se num milhão
de pessoas – para pressionar o regime e iniciar a campanha de recolha de pelo
menos quatro milhões de assinaturas válidas (correspondentes a 20% dos
venezuelanos inscritos nos cadernos eleitorais) para que a consulta popular
possa ser convocada. A mobilização prossegue, a 7 e 14 de Setembro. “As panelas
vão continuar a fazer-se ouvir, é uma forma de protesto pacífica! O que vão
fazer? Tirar as panelas ao povo?”, intimou, no Twitter, um dos líderes da
oposição, Henrique Capriles, ex-candidato às eleições presidenciais, que
divulgou alguns dos vídeos, bastante escuros, que mostram o povo a perseguir o
Presidente. Pedro Carvajalino, um jornalista televisivo pró-regime, acusou
Capriles de estar por trás deste protesto. “É uma falta de respeito pela
dignidade presidencial”, afirmou. O ministro da Informação, Luis Marcano,
divulgou um vídeo no Twitter de Maduro com o punho no ar, a mandar beijinhos e
a ser aplaudido em Margarita. “Isto é o que não viram nos vídeos manipulados
pela direita”, escreveu (texto da jornalista do Público, CLARA BARATA)
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