O homem certo, no lugar certo. Ou lugares certos, tanto fazia. Afonso
Camões estava disposto a tudo. Ser diretor do ‘DN’, do ‘JN’, ou de ambos. As
escutas do processo Marquês, que este sábado o semanário ‘Sol’ revelou, não
deixam dúvidas.
"Era bom que eles percebessem que eu sou um joker em
qualquer posição para mandar. E que também sei que um general prussiano não se
amotina", dizia Camões a Sócrates, pedindo que aquele interferisse na
escolha de Proença de Carvalho. O semanário ‘Sol’ revela mais conversas. Como
outra, mantida entre José Sócrates e Proença de Carvalho: "Olhe, meu caro,
você precisa de um tipo que em qualquer circunstância não faça perguntas e
obedeça. E olhe que não tem ninguém melhor em termos de currículo e de lealdade:
é daqueles que sabem fazer as coisas." O currículo de Afonso Camões era
invejável em termos de ‘lealdade’. As mesmas escutas, agora reveladas, mostram
ainda Camões a ler a Sócrates as notícias da Lusa que iriam ser escritas para
desmentir o CM. Outra escuta revelada pelo semanário ‘Sol’. Com Camões a
dirigir os dois jornais, eram precisos homens de confiança enquanto executivos.
E para o ‘DN’ a escolha era óbvia: Ferreira Fernandes. "A solução é o
homem da última página, com reputação e aceitação da redação", desabafava o
ex-governante a Afonso Camões (Correio da Manhã, pela jornalista Tânia Laranjo)
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