quinta-feira, fevereiro 11, 2016

Fiscalização de Juntas de Freguesia: um provável exagero da JPP

Li no DN do Funchal que, devido aos problemas surgidos com a Junta de Freguesia do Caniço liderada pela JPP - situação que resultou de uma denúncia anónima, é bom ter isso presente... - este partido anunciou hoje a decisão de solicitar a entidades públicas competentes uma fiscalização às contas das demais juntas de freguesia do concelho lideradas pela JPP.
Acho que é um exagero que não resolve coisa nenhuma. Diria mesmo que há uma espécie de jogada política subjacente a este anuncio, que se percebe, mas que não colhe, até porque essas entidades não andam propriamente a reboque dos interesses deste ou daquele partido.
Explico. O mandato dos autarcas começou em Setembro de 2014 e vai terminar em Setembro de 2017. As entidades competentes, e nas quais confiamos plenamente, caso do Tribunal de Contas, IGF ou outras, estão habilitadas e são suficientemente competentes e independentes para agirem quando entenderem, sem sugestões ou pressões e muito menos sem irem a reboque seja de quem for.
O que porventura a JPP poderá solicitar - e nesse caso até me parecia bem - é que tal fiscalização às contas das "suas" Junta de Freguesias possa ser devidamente realizada antes do final do mandato actual.
Eu até percebo os motivos que levaram a JPP a ter tal iniciativa, mas não creio que seja recomendável que entidades públicas andem a fiscalizar contas de Juntas de Freguesia em 2016, quando estão a cerca de um ano do final do seu mandato. Obviamente que eu percebo que as dúvidas suscitadas no caso do Caniço - e, repito, o facto de ter sido uma denúncia anónima reforça a necessidade de termos alguma cautela no julgamento da situação - tenham servido de pretexto. Mas a política não se faz a reboque de redes sociais ou temendo alguns idiotas transformados em comentadores anónimos das edições online de jornais ou blogues, porque nesse caso não havia tempo que chegasse para estar em todas.
A defesa da honra, da seriedade, da dignidade e do carácter das pessoas, o respeito público que elas são credoras, não têm nada a ver com as patifarias e demais merdas publicadas em redes sociais, regra geral um esgoto para a frustração de alguns crápulas que ali se escondem sob o anonimato idiota.
Mais importante do que estas deambulações parece-me que os autarcas devem preocupar-se e centrar-se na continuidade e conclusão do seu trabalho. E no final do mandato, caso queiram, então este assunto poder-se-á colocar. Não sei tecnicamente como, não tão pouco sei em termos práticos concretos como é que isso se pode viabilizar. Logo verão o que fazer e como fazer.
Neste momento parece ser tudo uma dispensável tentativa de aproveitamento político da JPP, empurrada a reboque do que se passou no Caniço. Não conheço o autarca desta freguesia, julgo quer nunca falei com ele, mas obviamente que por ter sido alvo de uma denúncia anónima, que comporta sempre alguma motivação que importa desvendar, estou solidário com ele. Estas é a minha opinião que admito não seja subscrita por todos. Como é óbvio. (LFM)

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