terça-feira, fevereiro 03, 2015

Regionais 2015 na Madeira: Vitor Freitas quer Comissão "olheira" pós-eleitoral?

Garantiram-me hoje - fontes profundamente conhecedoras de todo o processo negocial da coligação (as pessoas acreditam ou não no que estou a afirmar, ponto final) - que o líder do PS, para além de ter conseguido secundarizar o PTP no acordo obtido (em situações normais, leia-se com base no método de Hondt, José Manuel Coelho seria 2º e o PTP indicaria o 12º lugar na lista o que lhe poderia dar 4 deputados, caso mantivesse a mesma votação de 2011!), pretendia (ou pretende?) constituir uma comissão com o objectivo de "coordenar os deputados" depois das eleições, e que vieram a ser eleitos pela  coligação. Ou seja, segundo a minha fonte, Freitas vê com alguma desconfiança, por exemplo, que o PTP se autonomize depois das eleições - legalmente as coligações extinguem-se depois dos actos eleitorais para os quais foram constituídas - e tenha toda a rédea livre ou que os eleitos pelo PAN e pelo MPT não se submetam, pelo menos nas grandes questões políticas que constam da agenda socialista, à opinião do PS.
Tratando-se de uma proposta verdadeiramente absurda e estranha - mas que a minha fonte confirmou e que garantiu ter tido também alguma influência no afastamento do Bloco de Esquerda do processo - não deixa de ser curioso saber, por exemplo, o que vai acontecer quando Freitas avançar com uma proposta de nova lei eleitoral que reduzirá os actuais mandatos para números da ordem dos 33 a 35, e o que vão dizer a tudo isso os partidos mais pequenos que inevitavelmente serão penalizados. Não se pode querer alterar a lei eleitoral, reduzir os deputados dos actuais 47 para 31, 33 ou 35 e defender os interesses políticos e eleitorais dos partidos mais pequenos. Não há espaço para isso.