Li no Açoriano Oriental que “cerca de dez anos
depois de o surto de uma doença bacteriana ter parado a apicultura no Porto
Santo, a atividade foi reintroduzida na ilha com a importação de enxames dos
Açores e o setor espera agora vir a exportar. Em 2014, com o objetivo de
reiniciar a apicultura após o surto de loque americana, foram introduzidas no
Porto Santo 130 mil abelhas (appis mellifera L). A aquisição de dez enxames, em
julho, foi feita à cooperativa Frutercoop, na ilha Terceira, e
"destinou-se a seis produtores que iniciaram a produção", disse à
Lusa o diretor de Agricultura da região da Madeira, Bernardo Araújo. O
investimento por apicultor foi de 332 euros, estando prevista a entrega de mais
dez enxames em junho de 2015, devido ao sucesso da iniciativa.
"Atendendo ao facto de os novos enxames
serem isentos de doenças, e a verificar-se que nos próximos tempos o Porto
Santo se manterá sem doenças, essa circunstância poderá ser ponderada para um
eventual novo negócio, que seria a produção de enxames isentos de doenças para
comercialização a quem deles precisar, mesmo fora da região", explicou
Bernardo Araújo. Para se reintroduzir a apicultura no Porto Santo importava
utilizar enxames isentos de doenças de declaração obrigatória, nomeadamente
loque americana (que afeta os estádios larvares da abelha) e varroose
(provocada por um ácaro parasita de algumas espécies de abelha), daí a escolha
dos Açores. A região açoriana, referiu o responsável, é "reconhecida como
a única indemne do país em relação a esta doença". Com este projeto
pretende-se contribuir para o desenvolvimento sustentado do setor apícola,
nomeadamente no apoio "à implantação de sistemas de produção
sustentados", com a constituição de uma zona controlada e de produção
biológica e a valorização económica e ambiental das explorações agrícolas, num
contributo para a manutenção da paisagem e biodiversidade da ilha do Porto Santo,
sublinhou Bernardo Araújo”