Segundo o Jornal de Notícias, "Menezes está na frente na corrida à Câmara do Porto. Mas é Rui Moreira, em segundo, quem tem mais razões para sorrir. Pizarro paga o preço da falta de notoriedade. Carvalho parece ser um valor seguro. O independente Rui Moreira foi o último dos "três grandes" a iniciar a campanha, meses depois de Luís Filipe Menezes e Manuel Pizarro. Acrescente-se o facto de apenas contar com o apoio explícito do CDS-PP e o apoio implícito de Rui Rio e há razões para o considerar, com 25%, a maior surpresa na sondagem sobre a corrida à Câmara do Porto. Menezes segue oito pontos mais acima, de acordo com a Eurosondagem. Mas se o primeiro lugar é inequívoco, não deixa de ser um resultado frágil para um candidato com o selo do PSD - as políticas de austeridade não são um bom argumento eleitoral e Menezes corre o risco de ver ainda mais fragilizada a sua base de apoio.Finalmente, os 33% recolhidos por Menezes estão muito longe, quer do último resultado de Rui Rio no Porto (47,5%), quer da votação conseguida pelo próprio Menezes, no mesmo ano, em Gaia (61,8%). Pouco para o candidato que está há mais tempo em campanha e o único que beneficia de um duplo palco mediático - continua a exercer as funções de presidente da Câmara de Gaia. Ainda assim, Menezes vai na frente, enquanto Pizarro segue em terceiro lugar. O socialista teria, se as eleições fossem hoje, um dos piores resultados de que há memória no PS. A dez pontos do que conseguiu Elisa Ferreira há quatro anos. Se repetisse esses 34,7%, estaria na frente.Percebe-se melhor a insistência de Pizarro numa coligação de Esquerda: somados os seus votos com os da CDU e BE, teria 40%, suficiente para conseguir a vitória. A candidatura de Pizarro é claramente canibalizada pela de Rui Moreira, que lhe retira votos ao Centro; mas acresce a sua própria incapacidade de cativar votos à Esquerda. Ao contrário, Pedro Carvalho, a nova aposta da CDU, soma mais umas décimas do que Rui Sá em 2009. Talvez uma parcela se deva aos reiterados elogios que recebe de Pinto da Costa, provocando a inveja de Menezes e Moreira, tão ansiosos por umas palavras de incentivo do líder do F. C. Porto. Faltam quatro meses de campanha eleitoral, capaz de provocar mudanças radicais. Basta pensar que a sondagem revela 16,1% de indecisos - suficientes para baralhar os lugares relativos dos "três grandes"; insuficientes para inverter a polarização do próximo Executivo. Quem ganhar vai ter de negociar uma coligação pós-eleitoral"