domingo, junho 02, 2013

Antigas SCUT dão prejuízo de 500 milhões de euros



A TVI revela em primeira mão as contas da Estradas de Portugal às auto-estradas em parceria público-privada. As antigas SCUT deram no ano passado um prejuízo de 491 milhões de euros ao Estado, mais do que a polémica Taxa Social Única para pensionistas. Há auto-estadas em que cada carro custa ao erário público mais de 50 euros por viagem. Estes são números da empresa pública Estradas de Portugal.As receitas de portagem só cobrem 34 por centos dos pagamentos da empresa pública aos consórcios privados. A A25, Aveiro-Vilar Formoso, é a que provoca maior rombo nas contas da EP: 113 milhões de euros. Mas há outras com resultado económico ainda mais absurdo: cada carro que viaja na A24, entre Viseu e Chaves, custa quase 52 euros à empresa pública; na A23, Torres Novas- Guarda, o subsídio por viagem é de 43 euros e sessenta cêntimos; já a concessão Grande Porto custou, em 2012, um milhão e 200 mil euros por quilómetro. Estes números provam que Portugal está cheio de auto-estradas sem tráfego suficiente. O pior é que a introdução de portagens agrava o problema. O tráfego na Via do Infante baixou para metade, menos 7.700 carros por dia. As portagens afastam mais automobilistas do que a crise. Nas estradas onde foram introduzidas novas portagens o tráfego baixou 36%. Nas outras, essa quebra, explicável pela crise, foi de apenas 8 por cento. A Estradas de Portugal, no relatório, diz-se disposta a tudo para atrair mais clientes. A partir de Novembro de 2012 o preço das portagens baixou 15 por cento. A novidade é que, em média, nesses dois meses a receita aumentou 3 por cento face ao período homólogo de 2011. Falta um dado sobre os custos do sistema de cobrança de portagens. O presidente da EP, António Ramalho, já tinha dito no Parlamento que há pórticos que dão prejuízo, custam mais dinheiro do que as portagens que cobram: em média, ficam com 30 por cento dessas receitas, mesmo descontando o investimento inicial. Na A24 os pórticos custam 41 por cento. Por cada 5 euros de portagem, só 3 euros entram nos cofres da empresa pública, dois euros ficam logo ali. O relatório deverá ser publicado nos próximos dias (vejaaqui o vídeo da TVI)