terça-feira, janeiro 29, 2013

Moody's: Governo de Passos Coelho vai ter de emagrecer o Banif

Segundo o Dinheiro Vivo, “a ajuda do Estado ao Banif é a maior das operações de apoio pelo contribuinte quando medida em termos de ativos ponderados pelo risco do banco, indica a Moody's. Esta medida "reflete o perfil de crédito muito fraco" da instituição pelo que o Governo, o seu principal acionista, deverá fazer "uma redução [downsizing] considerável do negócio" e cortar na expansão geográfica do banco. Num comentário enviado às redações, Pepa Mori, analista principal da Moody's indica que até agora o Estado português deu apoios diretos à recapitalização dos bancos no valor de 7.050 milhões de euros. Apesar de o Banif ter ajuda mais baixa (1.100 milhões que comparam com 3.000 milhões ao BCP, 1.650 à CGD ou 1.300 ao Banco BPI), a questão é que quando se mede este apoio em percentagem dos ativos ponderados pelo seu nível de risco, os 1.100 milhões representam mais do dobro da exposição ao risco do que no caso do BCP, por exemplo.
"O montante significativo de ajuda estatal que o Banif recebeu reflete o seu perfil de crédito muito fraco", diz a responsável da agência de rating. Significa, pois, que esta operação tem muito mais risco para os contribuintes do que as restantes pois os ativos em causa são mais arriscados. A Moody's não explica em detalhe esta exposição. No caso do Banif, o peso da ajuda representa 13,7% dos ativos ponderados, bem acima dos 5,4% do BCP, 5,2% do Banco BPI e 2,4% da CGD. Entretanto, em agosto de 2012, o BPI reembolsou o Estado em 200 milhões de euros. Tinha garantias de 1.500 milhões. Agora a Moody's avança que o Governo, que se comprometeu junto da Comissão Europeia com a entrega de um plano de reestruturação para o banco até 31 de março, "deverá contemplar uma avaliação material do modelo de negócio do banco, o que sugere medidas significativas de reestruturação, incluindo uma redução considerável do negócio e um foco geográfico mais reduzido". O Banif tem operações fora de Portugal em países como África do Sul, Brasil, Canadá, EUA, Colômbia, Venezuela, Cabo Verde, Polónia, por exemplo. No final de 2011, tinha cerca de 2.500 empregados”.