sábado, fevereiro 04, 2012

José Lello: «A nomeação de Manuel Maria Carrilho é inaceitável»

Segundo o site da TVI, "o deputado socialista José Lello considerou que a eventual designação do ex-ministro Manuel Maria Carrilho para a direcção do Laboratório de Ideias para Portugal (LIP) do PS constitui «um acto hostil» à história recente do partido. Esta posição do ex-secretário nacional do PS para as Relações Internacionais foi transmitida na reunião de hoje da bancada socialista e foi repetida em declarações à Lusa. Juntamente com o ex-líder parlamentar do PS Francisco Assis e com a ex-ministra (e especialista em assuntos europeus) Maria João Rodrigues, Manuel Maria Carrilho é um dos nomes apontados para integrar a direcção do LIP - entidade que substituirá o gabinete de estudos deste partido, que será responsável pela apresentação do futuro programa eleitoral e que terá como presidente o secretário-geral, António José Seguro. «A nomeação de Manuel Maria Carrilho é inaceitável, porque ele tem um passado de traição em relação a todas as lideranças do partido. Falo do que aconteceu com António Guterres, com Ferro Rodrigues ou mais recentemente com José Sócrates», disse José Lello. José Lello, um dos deputados considerados mais próximos de José Sócrates, afirmou ainda que a eventual «promoção» de Manuel Maria Carrilho «é uma opção incompreensível por parte da actual direcção do PS e representa um acto hostil em relação à História recente do partido». «Tendo a companhia de Manuel Maria Carrilho na direcção no LIP, acho também que Francisco Assis deveria reflectir», acrescentou.

Passado de «traição»

Mas ex-dirigente socialista André Figueiredo também contestou hoje a eventual nomeação do ex-ministro Manuel Maria Carrilho para a direcção do Laboratório de Ideias para Portugal (LIP), considerando que é alguém com um passado de «traição».A posição do deputado André Figueiredo, ex-secretário nacional do PS para a Organização e um dos deputados considerados próximos de José Sócrates, segue-se a declarações críticas feitas por José Lello. André Figueiredo começa por considerar «interessante e bastante positiva» a ideia da direcção do PS de criar o laboratório de ideias, que substituirá o gabinete de estudos deste partido e que será presidido pelo secretário-geral, António José Seguro. Depois, no entanto, faz duras críticas à possibilidade de Manuel Maria Carrilho integrar este novo órgão, que terá como objectivo principal preparar o futuro programa eleitoral do PS. «Se a escolha de Francisco Assis é um tiro certeiro, Manuel Maria Carrilho só pode ser um erro de casting. Nunca esquecerei a insídia protagonizada por Carrilho para com três secretários-gerais do PS [António Guterres, Ferro Rodrigues e José Sócrates] e espero, sinceramente, que não seja tentado a persistir nessa baixeza», avisa o ex-membro do Secretariado Nacional do PS. Para André Figueiredo, «o único denominador comum entre os secretários-gerais António Guterres, Ferro Rodrigues e José Sócrates e a expressão "traição e oportunismo políticos" é mesmo o militante Manuel Maria Carrilho».

Carrilho não responde

O ex-ministro Manuel Maria Carrilho recusou-se já esta quinta-feira a responder aos deputados socialistas que contestam a sua nomeação, mas adiantou que na política combate os que «estropiam o espaço público». Manuel Maria Carrilho remeteu depois a sua primeira resposta a essas críticas para os parágrafos finais da sua crónica hoje publicada no Diário de Notícias. «Nunca quis, nem quero, nada da política. Tal como acontece, estou certo, com muitos cidadãos dos mais diversos partidos, move-me apenas a genuína convicção de que lhe posso dar alguma coisa. Com um objectivo fundamental: o de, contrariando as múltiplas tenazes que desvitalizam a democracia e estropiam o espaço público, contribuir de todas as formas possíveis que estejam ao meu alcance para a sua valorização e qualificação», escreve no DN”.

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