sábado, fevereiro 11, 2012

Açores Impõe-se antecipar as eleições regionais

"O Engenheiro Belmiro de Azevedo veio aos Açores participar numa conferência promovida pelo BANIF para a entrega do prémio ao melhor aluno do mestrado em gestão da Universidade Açoreana e perante uma plateia atenta fez um apelo à mobilidade dos cidadãos ou seja à emigração, coisa que os açoreanos bem conhecem. O número de pessoas que beneficiam do Rendimento Social de Inserção na Região ascende a mais de 19 mil correspondendo a mais de cinco mil famílias. Quarenta e três famílias açoreanas pediram em 2010 a insolvência e só em Janeiro entraram já sete novos pedidos. Foram encontrados mortos em casa um total de 58 pessoas, nas ilhas de São Miguel, Terceira, Faial, Graciosa e Pico. O ano passado foram para o desemprego dois mil e novecentos trabalhadores e destes mil eram mulheres. Em Dezembro o número de desempregados ascendia a 9.735 pessoas. A violência aumenta e entrou de forma brutal no seio familiar com os filhos a maltratarem os pais. Cresce o número de empresas que pedem a insolvência. A nossa linha tem sido de incutir esperança e sobretudo motivação para ultrapassar a tempestade ciclónica que atinge todos nós, mas temos de ser realistas. Os Açores vivem uma encruzilhada que é preciso romper.
2012 é ano de eleições e quando se esperava que os partidos e os políticos se empenhassem em encontrar medidas para debelar a crise, ao invés, o ano começou em pré-campanha eleitoral e assim vai continuar penosamente até Outubro. No meio de tudo isso o governo não tem folgo para inovar e tomar medidas que invertam o estado em que estamos. Isso significa que o corrente ano vai ser um ano perdido para os Açores e vamos ter de viver em 2013 mergulhados em dificuldades enquanto no país estarão a dobrar o cabo das tormentas.
A situação é de emergência e para dela sairmos há que tomar opções de grande coragem política. Só há um caminho que é antecipar as eleições legislativas para renovar a legitimidade política das instituições de governo e permitir aproveitar o ano negro que é 2012, para a tempo, preparar o conjunto de medidas estruturais capazes de criar emprego, gerar crescimento económico e acompanhar a preparação e discussão do novo quadro comunitário de apoio que é crucial para o futuro dos Açores. Os partidos políticos devem sobrepor os interesses dos Açores e dos Açoreanos aos seus próprios interesses e o Presidente da República deve, perante a situação de emergência, criar os consensos necessários para que o termo da legislatura seja antecipado por uns meses em nome e salvaguarda do interesse dos Açores e do interesse nacional”
(editorial publicado no Correio dos Açores, com a devida vénia)

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