sábado, setembro 17, 2011

Assis irrita-se com "novo PS" e critica estreia do líder parlamentar

Li aqui que "a forma como Seguro escolheu a direcção da bancada não agradou ao seu adversário nas directas. A luta interna continua no parlamento. Se António José Seguro pensava que ia ser fácil unir o partido a seguir ao congresso, o seu adversário nas eleições internas mostrou-lhe ontem que as coisas não são assim. Francisco Assis criticou duramente a intervenção de Carlos Zorrinho, que falou num "novo PS" na sua intervenção inaugural como líder parlamentar socialista. A expressão não agradou nada ao ex-líder parlamentar dos socialistas, que, de acordo com a Lusa, saiu do plenário quando a ouviu. Fora da sala assumiu publicamente o seu descontentamento. "Falar-se em regeneração, tipo PRD (Partido Renovador Democrático), causa-me sempre irritação. O PS tem de fazer as suas rupturas, mas tem de assumir também de forma crítica o seu passado recente", disse Assis à Lusa, sustentando que transmitiu a sua posição ao líder da bancada e "o caso está esclarecido". Carlos Zorrinho, contactado pelo i, rejeitou fazer qualquer comentário às divergências dentro do grupo parlamentar, depois de ter ainda assumido, na sua primeira intervenção, que o PS deve reconhecer "os erros que cometeu e aprender com eles". Ao mal-estar dentro da bancada do PS não é alheio o facto de António José Seguro ter escolhido a nova direcção - anunciada há dois dias - sem consultar Francisco Assis. O líder socialista optou por se rodear de pessoas da sua confiança, remetendo para segundo plano os deputados mais próximos do seu adversário nas eleições internas.
O "desconforto", nas palavras de um deputado do PS, foi visível no resultado da eleição da nova direcção da bancada, com 26 dos 72 parlamentares a votarem contra Zorrinho. Recorde-se que a bancada do PS foi eleita a partir de listas feitas por Sócrates. Muitas das figuras próximas do ex- -líder apoiaram Assis nas directas do PS. Mas nem por isso as críticas de Francisco Assis ficaram sem resposta. Pedro Nuno Santos, vice-presidente da bancada parlamentar, pediu aos deputados que "estejam concentrados no combate ao governo de direita e não na oposição interna". Nada que comova alguns deputados socialistas. "Há perturbação e incomodidade", diz ao i um socialista. Outro membro da bancada lembra que o actual líder parlamentar fez parte do governo de José Sócrates e "foi infeliz" na intervenção. Já Vitalino Canas, que esteve com Seguro nas eleições internas, diz que Zorrinho "fez uma boa intervenção", mas lembra que sempre defendeu a necessidade de o PS "não ignorar, nem menorizar, o seu passado". De resto, as políticas de José Sócrates continuam a marcar a agenda política e na Assembleia da República o PS foi bombardeado com críticas à esquerda e à direita. "O anterior primeiro-ministro demitiu-se", lembrou Bernardino Soares, enquanto Jerónimo de Sousa complementou a intervenção com um uma expressão popular: "Deu à sola!" Já o líder da bancada do PSD, Luís Montenegro, disse que "o PS é como aquelas casas comerciais que acumulam prejuízos, que depois fecham e abrem com nova gerência". À defesa, Zorrinho disse que se a oposição não tivesse inviabilizado o PEC IV, Portugal "encontrar-se-ia na mesma situação da Espanha e da Itália e não na dos países resgatados".

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