sexta-feira, maio 13, 2011

Um comentário a um comentário desajustado e lamentável

Li no DN do Funchal o seguinte: "Rubina Sequeira foi porta-voz da acção de pré-campanha do Partido da Nova Democracia, realizada ontem e que teve como alvo a candidata do PSD Cláudia Aguiar. A porta-voz do PND referiu-se a uma "senhora loura que de burra não tem nada" e que, segundo Rubina Sequeira, chegou a candidata do PSD porque se inscreveu "na maior central de favores de cunhas e de angariação de emprego da Madeira que é a JSD-M". Não sei se a candidata Rubina Sequeira tem alguma coisa ver com o meu amigo e colega de Liceu, Filipe Sequeira, já que trabalha na empresa de advocacia propriedade deste. Mas, caso seja, recomendo-lhe que não seja, não deve enveredar pelos caminhos da suspeição contra qualquer pessoa que não seja candidata do PND ou de qualquer outro partido da oposição, apenas por isso. Ou seja, quem é do PSD é um mamão, um corrupto, um bandalho, um gajo (ou gaja) das cunhas, etc. Os sérios, os puros, os imaculados (ou imaculadas), os competentes, os impolutos, esses (as) estão nos partidos do contra. Rubina Sequeira, se você soubesse as histórias que existem desse lado, no "contra"... Espero que ao menos tenha a racionalidade de ser diferente, de não repetir um discurso gasto, ou de ao menos ter a inteligência - e parece-me que tem condições para não ser instrumentalizada - para se distanciar da mediocridade, porque disso já temos demais. Agora uns porventura encontrarem emprego por causa de cunhas. Outros não precisaram, porque natural e familiarmente tiveram a protecção garantida, e muito bem, pelos progenitores, pelos primos, tios, etc, em empresas privadas próprias. Não fosse isso sempre gostaria de ver... A Cláudia Aguiar - que não me passou procuração mas que conheço há uns anos - tem o direito a ser do PSD (e da JSD) como sei que é há muitos anos. Recordo-lhe que ela começa por já não ter o pai vivo, ao contrário da Rubina - e são ambas jovens, praticamente da mesma idade, com a legitimidade de sonharem com o futuro - o que, por si só, deveria ser motivo de algum respeito. Em segundo lugar, ela formou-se na Universidade do Minho e obteve mestrado no etsrangeiro, formação que lhe permitiu uma carreira profissional própria e autónoma - é quadro do grupo hoteleiro privado liderado por António Trindade, que não me parece seja um "reles" social-democrata e muito menos se deixe influenciar por "cunhas laranjas" (honra lhe seja feita quanto a isso). Se a ideia do PND é essa, a e inventar e ofender as pessoas, então começamos a nos aproximar perigosamente dos limites do tolerável e do razoável e não creio que ficasse bem ao PSD trazer para esta campanha questões pessoais, envolvendo ou não o PND e os seus candidatos, recordar desavenças, referir-se a problemas pessoais, familiares ou profissionais, ou outras diatribes supostamente existentes entre os filiados dos partidos da oposição, apenas por serem membros de partidos da oposição. Façamos uma campanha eleitoral com lisura e rigor, sem insultos, pois caso contrário as coisas complicam-se e acho isso repugnante. Porque se for para falarmos de oportunismo na política, é fácil. Aliás, trata-se de um vasto campo de apreciação, deturpação, manipulação, acusação e seriação complexo e que, provavelmente, começaria muito mais perto do que a candidata Rubina Sequeira do PND eventualmente julga. Não acredito que os jovens dos nossos tempos sejam espelho ou reflexo do que acabo de referir.

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