Li aqui que "Nadea Rodrigues, chefe dos serviços comerciais da Agência Lusa, foi exonerada das suas funções. Em causa está a falta de confiança hierárquica e política por parte do director comercial, apurou o SOL junto de fonte da Lusa. A Comissão de Trabalhadores (CT) já contestou os termos da punição. Luís Martins, director comercial, terá impedido a funcionária de realizar as tarefas que desempenhava há sete anos, alegando publicamente que não tinha confiança hierárquica e política, relatou ao SOL fonte da Lusa. Nesse dia mesmo dia, a CT reuniu com o presidente do Conselho de Administração (PCA) da Lusa. Afonso Camões disse aos trabalhadores iria abrir um processo de averiguações – entretanto concluído, culminando na demissão, ontem comunicada à funcionária. A CT, onde Nadea Rodrigues se queixou, fez saber a Afonso Camões que «não são de forma nenhuma aceitáveis os termos e pressupostos referidos por aquele superior hierárquico». Em comunicado, a Comissão de Trabalhadores da Lusa lamenta que «por actos e omissões se tenha deixado arrastar uma situação com evidentes prejuízos quer para a imagem da empresa quer para a sua normal actividade laboral interna». A CT lamenta ainda que não tenham sido tidas em conta atempadamente «as observações e chamadas de atenção feitas por aquele trabalhador da Lusa». Isto porque a funcionária integra a Comissão de Trabalhadores e foi nessa condição que participou na Comissão Parlamentar de Ética em Junho último, altura em que terá começado a sentir-se perseguida. O SOL sabe que já em Janeiro, Nadea Rodrigues contactou verbalmente e por escrito Afonso Camões, dando conta dessa situação, mas nunca obteve resposta. A demissão ontem concretizada apanhou o órgão que representa os funcionários de surpresa, pois «contraria a informação da parte do PCA sobre a abertura de um processo de averiguações». «Este facto consubstancia a culpabilidade desse mesmo trabalhador sem que ao mesmo tenha sido dada oportunidade de se defender e sem que o apuramento da verdade dos factos tenha sido previamente efectuado, com a conclusão do anunciado processo de averiguações», constata a CT, lamentando que Afonso Camões «tenha tomado uma decisão que configura uma punição, ao arrepio da aplicação justa de medidas conforme o processo de averiguações anunciado». O SOL tentou falar com Afonso Camões e com Luís Martins, mas até ao momento ainda não foi possível.
«É falso». Afonso Camões. Presidente do Conselho de Administração da Agência Lusa, nega que haja motivos políticos por detrás da demissão de uma funcionária da área comercial, denunciados num comunicado da Comissão de Trabalhadores. Em declarações ao SOL, Afonso Camões diz que a demissão da funcionária em causa se consumou na sexta-feira, depois de o director comercial ter reportado à presidência «violações sistemáticas dos deveres de lealdade e de competência». «A trabalhadora foi demitida e decidiu reagir», resume o responsável pela Lusa, escusando-se a referir que violações «dos deveres de lealdade e de competência» foram denunciadas por Luís Martins. Com a demissão consumada – Afonso Camões diz que se limitou «a homologar» a decisão que faz com que Nadea Rodrigues deixa de ser chefe comercial – iniciou-se também o processo a fim de averiguar o que está por detrás do «mal-estar» naquela repartição da agência de notícias. Em causa está a alegada justificação da demissão com a quebra de confiança hierárquica e política. «Não são de forma nenhuma aceitáveis os termos e pressupostos referidos por aquele superior hierárquico», contestou a Comissão de Trabalhadores em comunicado. Afonso Camões admite que a funcionária tinha problemas com a hierarquia, mas que nunca estiveram em causa razões políticas no processo”.
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