sábado, maio 14, 2011

Contra o “jornalismo” das encomendas, do SAMS, dos fretes e de secretária

Li no Jornal de Negócios que Francisco Pinto Balsemão afirmou no Clube Português de Imprensa (CPI) que "existem novos poderes que utilizam a comunicação social para os seus próprios fins", pelo que não é possível pensar que a liberdade de expressão "está conquistada". O presidente do grupo Impresa, que foi homenageado no Grémio Literário em Lisboa pelo CPI no ano em que este comemora 30 anos de existência, alertou que, actualmente, grande parte das notícias "são rumores perigosíssimos" provenientes de pessoas "que se acovardam", acrescentando que as fontes jornalísticas cada vez mais "não gostam de dar a cara" e "inventam factos". Balsemão, que falava sobre o tema da comunicação social e o futuro de Portugal, sublinhou que os media estão "reféns do jornalisticamente correcto" e há que ser inovador nesse aspecto, sem nunca perder de vista as regras deontológicas. Olhando para o futuro, Pinto Balsemão disse que, perante as dificuldades, há que "aguentar a crise". E apelou ao aproveitamento das novas oportunidades oferecidas pelas novas plataformas, alertando para o surgimento de 'players' no mercado como as empresas de telecomunicações e portais de busca que "desviam investimento publicitário". O presidente da Lusa, Afonso Camões, também presente na homenagem a Pinto Balsemão, respondendo a um desafio feito pelo presidente da Impresa, colocou dúvidas sobre a privatização da agência, conforme o PSD refere no seu programa eleitoral. "Qual é o grupo privado que está disposto a pagar para que a Lusa esteja presente em Elvas, Bragança ou Timor-Leste?", perguntou, em tom de desafio Afonso Camões, sublinhando que a agência tem um serviço público que, talvez, os privados não estejam disponíveis para realizar. Afonso Camões adiantou ainda que a sobrevivência das agências noticiosas no geral e na Lusa, em particular, deve passar por conteúdos pagos, combatendo a "pirataria" reinante actualmente. Antes do evento, Dinis de Abreu, presidente do CPI explicou que este encontro visou relançar o papel do Clube no debate de ideias no meio jornalístico. O CPI, que nasceu sob a égide de nomes como José Manuel Barroso, Manuel Dinis de Abreu, Marcelo Rebelo de Sousa, Francisco Pinto Balsemão, Raul Rego, Vítor Cunha Rego, Mário Mesquita, Carlos Barbosa e Vítor Direito, surgiu com a missão de estabelecer pontes entre jornalistas e gestores de empresas jornalísticas. "O objectivo era sobretudo criar um fórum onde jornalistas e gestores pudessem coexistir, conviver, trocar impressões, criando laços que à época não eram comuns", disse Dinis de Abreu. Durante os seus 30 anos de existência, adiantou, o CPI realizou debates, premiou jornalistas pelos trabalhos desenvolvidos em rubricas como reportagem, reportagem fotográfica, e ensaios”.

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