quinta-feira, janeiro 20, 2011

INE: coesão regional

A coesão regional é normalmente analisada através das assimetrias do PIB per capita e da produtividade, quer no contexto do país, quer em comparação com a União Europeia (UE). O indicador PIB per capita relaciona o PIB gerado num dado país ou região com a população residente. A figura 2 apresenta os índices de disparidade regional do PIB per capita, quer em relação à média nacional (Portugal = 100), quer cada região NUTS III relativamente à respectiva NUTS II. Em 2009 e 2008, como sucedia em 2007, apenas Lisboa, a Região Autónoma da Madeira e o Algarve, entre as regiões NUTS II, ultrapassaram a média nacional (15,8 milhares de Euros, índice 100), com índices em 2009, de 138, 131 e 108, respectivamente. Verificam-se assinaláveis assimetrias do PIB per capita entre as trinta regiões NUTS III com a máxima expressão quando se compara as regiões da Grande Lisboa (163,3) e da Serra da Estrela (52,6), que registaram o máximo e o mínimo observados em relação à média nacional. As maiores disparidades em cada NUTS II, verificaram-se entre o Grande Porto (105,7) e o Tâmega (55,4), na região Norte, o Baixo Mondego (99,2) e Serra da Estrela (52,6), na região Centro, a Grande Lisboa (163,3) e Península de Setúbal (72,4), na região de Lisboa, e o Alentejo Litoral (116,6) e o Alto Alentejo (84,6), na região do Alentejo.

A produtividade aparente do trabalho, aferida pela relação entre o PIB (ou o VAB) e o emprego que lhe está subjacente, é visível quando se analisa a figura 3 que apresenta os índices de disparidade regional da produtividade. Neste caso, apenas duas regiões, Norte e Centro, não superaram a média nacional (33,5 milhares de Euros, índice 100, valores de 2009). O máximo e o mínimo observados em relação à média nacional, registaram-se, respectivamente, nas regiões do Alentejo Litoral e de Alto Trás-os-Montes. No que respeita ao Alentejo Litoral os resultados estão relacionados com a localização de actividades económicas com elevado rácio capital/trabalho na zona de Sines. As principais oscilações deste indicador relativamente à média nacional verificaram-se na região Norte, entre o Grande Porto (110,6) e Alto Trás-os-Montes (61,4), na região Centro, entre o Baixo Mondego (96,6) e o Pinhal Interior Sul (60,9), na região de Lisboa, entre a Grande Lisboa (128,9) e a Península de Setúbal (107,8) e na região do Alentejo, entre o Alentejo Litoral (136,1) e o Alto Alentejo (97,6).

O grau de coesão regional pode ainda ser avaliado através de outra medida de dispersão, habitualmente apresentada pelo Eurostat na divulgação dos resultados para o conjunto das regiões europeias, que corresponde ao desvio absoluto médio do PIB per capita e da produtividade, ponderado pela população das regiões. A figura 4 apresenta estes dois indicadores, para o período de 1995 a 2009. Para 2009, num contexto de redução da actividade económica, estima-se que ambos indicadores tenham diminuído.Em 2009, a região de Lisboa e a Região Autónoma da Madeira, esta última apenas ligeiramente, superaram a média da União Europeia (UE 27=100) do PIB per capita avaliado em Paridades de Poder de Compra (PPC), ver figura 5. O PIB per capita das regiões Norte, Centro, Alentejo, Região Autónoma dos Açores, Algarve, Região Autónoma da Madeira e Lisboa correspondiam, respectivamente, a 65%, 67%, 74%, 77%, 87%, 105% e 110%, sendo 80% a nível nacional. A apreciação destas assimetrias deve ter em conta que a conversão de euros para PPC, aplicável no quadro da regulamentação da União Europeia, é feita uniformemente para todas as regiões de cada Estado Membro, mas que as diferenças intra-nacionais em termos de preços relativos não estão contempladas neste indicador ao nível de NUTS II ou NUTS III.

(fonte: INE)

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