Garante o Correio dos Açores que "os Estaleiros de Peniche desistiram de investir 6,5 milhões de euros no porto da Madalena do Pico, um investimento anunciado com pompa e circunstância numa altura em que já se conhecia as proporções que a crise económica poderia ter. Razão porque se adensa a suspeita de que esta desistência terá muito a ver com o facto de excluírem aos Estaleiros de Peniche as exigências do caderno de encargos do concurso público para construção dos dois navios de passageiros e carga que vão navegar no grupo central do arquipélago. O secretário regional da Economia lamentou ontem que os Estaleiros de Peniche tivessem desistido do investimento de 6,5 milhões de euros nos Açores. O governo teve conhecimento das dificuldades da empresa devido à conjuntura económica actual e diz compreender as razões apontadas. Vasco Cordeiro declarou que a empresa “foi sempre correcta”, e que as justificações apresentadas “são compreensíveis” devido à crise. O governo tinha alienado, a favor dos estaleiros de Peniche, 49% das acções dos estaleiros da Madalena do Pico e o secretário da Economia garante que elas vão voltar às mãos da administração portuária da Horta. O processo já foi desencadeado. Vasco Cordeiro negou, entretanto, que tenha existido qualquer tipo de acordo entre o governo e os Estaleiros de Peniche, relacionado com a construção de embarcações para operar no grupo central. Este esclarecimento surgiu em sequência de que uma das razões para a desistência dos Estaleiros de Peniche de investir no Pico estaria ligada ao facto de se posicionar na linha da frente para concorrer ao concurso de construção dos dois navios de passageiros e viaturas para operarem no grupo central da Região. O facto é que, na eventualidade de esta ser a estratégia dos Estaleiros de Peniche, ‘o tiro saiu pela culatra’ já que o caderno de encargos foi demasiado ‘exigente’, não permitindo que a empresa concorresse. Este investimento dos Estaleiros Navais de Peniche no Pico fora anunciado como o “ponto de partida” para a consolidação do Cluster do Mar nos Açores, sobretudo com a criação de novas competências profissionais, novos postos de trabalho e pequenas empresas e com a dinamização da economia local e regional. O investimento de 6,5 Milhões de Euros assentava na criação de 60 postos de trabalho; rentabilização de uma importante infra-estrutura existente no Pico; e o aproveitamento da localização geoestratégica dos Açores, nas rotas comerciais de transporte marítimo e zonas de pescas férteis, como plataforma avançada de prestação de serviços de reparação naval. Outros objectivos do projecto eram a estruturação e consolidação da actividade industrial de reparação naval no arquipélago e a dinamização do tecido económico regional através do ressurgimento da indústria ligada à reparação naval, com efeitos multiplicadores económicos e de know-how transversais a toda a economia"
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