Segundo o jornalista Marco Henriques do Diário dos Açores, "mais precisamente 58, 51%, ou seja, quase dois terços da população activa açoriana tem apenas o 6º ano de escolaridade. Se a situação portuguesa é má, das piores da União Europeia e da OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, os indicadores dos Açores são ainda piores, mais concretamente os da pior região portuguesa. Percentagens que revelam que mais de metade da população tem uma escolarização mínima. Hoje, 8 de Setembro, comemora-se o Dia Internacional da Alfabetização, pela Organização das Nações Unidas, ONU, e o “Diário dos Açores” foi ao encontro de um especialista em questões de pobreza e exclusão social, rendimento social de inserção, mercado de trabalho para pessoas em situação de pobreza, temas associados por esta via à educação. Fernando Diogo, sociólogo e Professor da Universidade dos Açores e Fabíola Cardoso, Directora Regional da Educação, mostram os traços e o percurso escolar de uma Região que, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, INE, tem 33, 89% da população activa com o 4º ano de escolaridade.
Refere Fernando Diogo que um estudo nacional mostra que a probabilidade de se ser pobre aumenta dramaticamente se a escolaridade dos representantes adultos do agregado familiar for inferior à quarta classe. E sublinha Fabíola Cardoso que os Açores a nível do ensino básico tem apenas 0, 8% de incidência de abandono escolar. “Números baixos e assim terá de ser, mas já tivemos números muito elevados e foi um percurso difícil que felizmente está a surtir os seus frutos”, refere a Directora Regional da Educação. “Temos que manter este desígnio porque enquanto houver um aluno a abandonar o sistema de ensino é óbvio que em relação aquele aluno o sistema falhou e nós não queremos falhar com nenhuma criança açoriana”, afirma Fabíola Cardoso. Um estudo da OCDE revela que em 2008 (nos países que constituem esta organização e da qual faz parte Portugal) há uma diferença substancial de rendimentos em função da escolaridade. Quanto maior for a escolaridade maior probabilidade de os rendimentos serem superiores. Portugal é ainda dos países que mais se valoriza em relação ao efeito qualificação - vencimento. Mas já para os Açores alguns contornos podem dificultar esta apreciação. Para não falar do facto dos Açores ter já de si as taxas de escolarização mais baixas do país, acrescente-se um mercado de trabalho constituído pela força da construção civil, agricultura, turismo e os serviços do estado. “Fora os serviços do estado, todos os outros sectores tendem a exigir funcionários com mão-de-obra menos qualificada”, reflecte Fernando Diogo. Ainda assim, “havendo algumas dificuldades ao nível de empregar toda a gente com qualificações elevadas nos Açores por causa da forma como o mercado de trabalho está organizado e por causa de sectores de actividade fortes, apesar de tudo é uma má ideia não estudar”, considera o sociólogo e professor da academia açoriana. Fabíola Cardoso vai mais longe e esclarece que é “um entrave essencialmente o preconceito que há sobre estas áreas”, isto, mesmo que seja ponto assente que se tratam de áreas “em que as pessoas encaram que é necessária pouquíssima qualificação para se ser profissional”, mas trata-se de “uma ideia errada que tem que ser contrariada”. Até porque “sem dúvida que qualquer profissional quão superior for a sua qualificação melhor profissional será. Esta é uma ambição que nós temos que incutir nas nossas crianças desde muito cedo”, atesta a Directora Regional da Educação. Uma coisa é certa: explica Fernando Diogo que em 2009 um açoriano (tal como o português) com 51 anos deveria ter o 6º ano de escolaridade e um açoriano (tal como o português) com 28 anos de idade em 2009 deveria ter como qualificação, pelo menos, o 3º ciclo. “Mas quantos têm?” questiona Fernando Diogo, ou por outras palavras, quantos não têm? Questões às quais os 35 anos de autonomia nos Açores e de democracia no país tentaram, avançaram, mas não conseguiram ultrapassar o suficiente. Tome-se o exemplo da Irlanda. Explica Fernando Diogo que a Irlanda na década de 1980 usufruía de um desenvolvimento económico idêntico ao de Portugal, mas fruto (também) do seu investimento massivo na educação é hoje um dos países mais ricos do mundo. Mesmo que tenhamos avançado, e feitas as contas, os restantes países também o fizeram e a Europa da Educação leva um avanço de 3 anos. Ou seja, deveria Portugal, e os Açores em especial, ter 58, 51% da sua população activa com o ensino secundário nas suas habilitações mínimas, mas não tem".
Refere Fernando Diogo que um estudo nacional mostra que a probabilidade de se ser pobre aumenta dramaticamente se a escolaridade dos representantes adultos do agregado familiar for inferior à quarta classe. E sublinha Fabíola Cardoso que os Açores a nível do ensino básico tem apenas 0, 8% de incidência de abandono escolar. “Números baixos e assim terá de ser, mas já tivemos números muito elevados e foi um percurso difícil que felizmente está a surtir os seus frutos”, refere a Directora Regional da Educação. “Temos que manter este desígnio porque enquanto houver um aluno a abandonar o sistema de ensino é óbvio que em relação aquele aluno o sistema falhou e nós não queremos falhar com nenhuma criança açoriana”, afirma Fabíola Cardoso. Um estudo da OCDE revela que em 2008 (nos países que constituem esta organização e da qual faz parte Portugal) há uma diferença substancial de rendimentos em função da escolaridade. Quanto maior for a escolaridade maior probabilidade de os rendimentos serem superiores. Portugal é ainda dos países que mais se valoriza em relação ao efeito qualificação - vencimento. Mas já para os Açores alguns contornos podem dificultar esta apreciação. Para não falar do facto dos Açores ter já de si as taxas de escolarização mais baixas do país, acrescente-se um mercado de trabalho constituído pela força da construção civil, agricultura, turismo e os serviços do estado. “Fora os serviços do estado, todos os outros sectores tendem a exigir funcionários com mão-de-obra menos qualificada”, reflecte Fernando Diogo. Ainda assim, “havendo algumas dificuldades ao nível de empregar toda a gente com qualificações elevadas nos Açores por causa da forma como o mercado de trabalho está organizado e por causa de sectores de actividade fortes, apesar de tudo é uma má ideia não estudar”, considera o sociólogo e professor da academia açoriana. Fabíola Cardoso vai mais longe e esclarece que é “um entrave essencialmente o preconceito que há sobre estas áreas”, isto, mesmo que seja ponto assente que se tratam de áreas “em que as pessoas encaram que é necessária pouquíssima qualificação para se ser profissional”, mas trata-se de “uma ideia errada que tem que ser contrariada”. Até porque “sem dúvida que qualquer profissional quão superior for a sua qualificação melhor profissional será. Esta é uma ambição que nós temos que incutir nas nossas crianças desde muito cedo”, atesta a Directora Regional da Educação. Uma coisa é certa: explica Fernando Diogo que em 2009 um açoriano (tal como o português) com 51 anos deveria ter o 6º ano de escolaridade e um açoriano (tal como o português) com 28 anos de idade em 2009 deveria ter como qualificação, pelo menos, o 3º ciclo. “Mas quantos têm?” questiona Fernando Diogo, ou por outras palavras, quantos não têm? Questões às quais os 35 anos de autonomia nos Açores e de democracia no país tentaram, avançaram, mas não conseguiram ultrapassar o suficiente. Tome-se o exemplo da Irlanda. Explica Fernando Diogo que a Irlanda na década de 1980 usufruía de um desenvolvimento económico idêntico ao de Portugal, mas fruto (também) do seu investimento massivo na educação é hoje um dos países mais ricos do mundo. Mesmo que tenhamos avançado, e feitas as contas, os restantes países também o fizeram e a Europa da Educação leva um avanço de 3 anos. Ou seja, deveria Portugal, e os Açores em especial, ter 58, 51% da sua população activa com o ensino secundário nas suas habilitações mínimas, mas não tem".
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